O novo presidente de esquerda, Lula, sinalizou que buscará reparar as relações com o governo Maduro.
O Brasil está pronto para reiniciar as relações diplomáticas com a vizinha Venezuela assim que o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva tomar posse em 1º de janeiro.
Na quarta-feira, Mauro Vieira, a quem Lula nomeou na semana passada como sua escolha para ministro das Relações Exteriores, anunciou que uma missão diplomática viajará a Caracas no próximo mês para organizar uma residência oficial brasileira na cidade antes que o Legislativo brasileiro nomeie um embaixador.
As relações diplomáticas entre o Brasil e o governo de esquerda da Venezuela foram interrompidas em 2020, durante o mandato do atual presidente de extrema direita do Brasil, Jair Bolsonaro. Lula, um político de esquerda que derrotou Bolsonaro nas eleições de outubro no Brasil, sinalizou que buscará um degelo nas tensões com o vizinho do norte de seu país.
Durante seu mandato, Bolsonaro assinou um decreto proibindo o presidente venezuelano Nicolás Maduro e altos funcionários de seu governo de entrar no Brasil. Também se juntou a mais de 50 países no reconhecimento de Juan Guaidó, membro da oposição da Venezuela, como presidente interino do país após a reeleição de Maduro em 2018.
Países, incluindo os Estados Unidos, classificaram os resultados da reeleição de Maduro em 2018 como “fraudulentos”.
Vieira reiterou na quarta-feira que o Brasil reconhecerá o governo Maduro. Ele também manifestou a intenção de colocar a embaixada brasileira “ao lado do governo que existe, do governo que foi eleito”, ou seja, do Maduro.
Enquanto isso, a embaixadora de Guaidó no Brasil, María Teresa Belandria, se prepara para deixar o país. Ela foi reconhecida como a representante oficial da Venezuela no Brasil no governo Bolsonaro.
À medida que figuras esquerdistas são eleitas para o poder na América do Sul, incluindo Lula no Brasil e Gustavo Petro na Colômbia, muitos se moveram para facilitar as relações com a Venezuela, tensas sob governos conservadores anteriores.
A Colômbia anunciou que restauraria relações diplomáticas plenas com a Venezuela em agosto, enquanto os países buscam maior colaboração em áreas como comércio e segurança nas regiões ao redor da fronteira.
Petro se encontrou com Maduro no início de novembro, a primeira reunião entre seus respectivos chefes de estado em anos. Eles também reabriram sua fronteira comum para o comércio em um esforço para facilitar as relações econômicas.
O novo governo do Brasil está supostamente tentando liberar Maduro para que ele possa comparecer à posse de Lula.