por NewsDesk @bactiman63
Embora o termo zoonose não seja muito ouvido no dia a dia, ele define uma situação muito comum: a transmissão de doenças infecciosas entre animais vertebrados e humanos. Uma das infecções mais comuns em todo o mundo é a raiva. Causada por um vírus transmitido após incidentes envolvendo diferentes espécies de mamíferos, a doença pode ser fatal e a vacinação tem se mostrado, por mais de um século, a forma mais eficaz de combatê-la.
Em 2022, o Ministério da Saúde distribuiu 24.084.650 doses da vacina contra a infecção para imunizar cães e gatos em todo o país. Os dados mostram vacinas entregues entre janeiro e setembro deste ano. Minas Gerais, Bahia e Ceará foram os locais que mais receberam doses: 4,4 milhões, 2,4 e 2,1 milhões, respectivamente.
A vacina é distribuída a pedido do Estado para ser utilizada em campanhas de vacinação, além de aplicações de rotina e bloqueios de focos, necessários quando há casos de raiva em animais e/ou humanos. A campanha ocorre ao longo de doze meses, mas tem foco especial no segundo semestre. Para o planejamento do valor distribuído, cada unidade federativa é solicitada a estimar a população canina e felina e a previsão de início e término das campanhas locais.
Mas por que vacinar animais é uma ação de saúde pública?
Proteger os animais de estimação é uma estratégia de controle da raiva animal, pois bloqueia o ciclo de contaminação para os humanos. Portanto, o manejo da doença é compartilhado entre o Ministério da Saúde e o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
As duas pastas compartilham informações e promovem ações de monitoramento da transmissão da doença em cães, gatos e animais silvestres, como morcegos, cães selvagens, raposas, bovinos e equinos.
No caso de cães e gatos em particular, a estratégia de vacinação tem se mostrado eficaz na prevenção da propagação da doença. Isso porque esses animais, cujas populações ultrapassam dezenas de milhões em todo o país, são responsáveis pela maior parte dos cuidados pós-exposição à raiva.
A imunização de indivíduos dessas duas espécies faz parte do Programa Nacional de Profilaxia Antirrábica (PNPR), instituído em 1973. Na série histórica de 1999 a 2022, o Brasil passou de 1.200 cães positivos para raiva, em 1999, para 2 casos de raiva em cães até maio de 2022, todos identificados como variantes de animais selvagens.