O governo brasileiro estabeleceu os parâmetros para a instalação de projetos eólicos offshore no país, preenchendo pelo menos algumas das lacunas regulatórias que, segundo os investidores, estão faltando para que o país comece a desenvolver seu considerável potencial neste setor.
O decreto, assinado pelo presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, atribui o uso dos espaços físicos e o melhor aproveitamento dos recursos naturais para esse tipo de geração de eletricidade a partir de projetos offshore.
Aplica-se às águas internas sob controle governamental, ao mar territorial, à plataforma continental e à zona econômica exclusiva.
De acordo com o Ministério de Minas e Energia, o decreto visa preencher a lacuna identificada por instituições públicas, empresários, especialistas e organizações de um marco regulatório para explorar o potencial offshore do país, principalmente no que diz respeito à implementação de um modelo de concessão.
A alocação de áreas para projetos eólicos offshore pode ser feita por requerimentos planejados ou independentes, mas o governo também tem a prerrogativa de realizar leilões específicos, a seu critério, quando indicado pelo planejamento setorial.
O governo acredita que o Brasil possui características favoráveis para a instalação e operação de projetos eólicos offshore.
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O Brasil tem 7.367 quilômetros de litoral e 3,5 milhões de quilômetros quadrados de espaço marítimo sob sua jurisdição.
Um estudo publicado pela empresa estatal de pesquisa em energia EPE conclui que para locais de águas rasas com velocidades de vento superiores a 7 metros por segundo a 100 metros de altura, o Brasil tem potencial para gerar 697 gigawatts.
Entre os projetos nascentes, o fundo de investimento de Abu Dhabi Mubadala e o investidor americano EIG Global Energy Partners apresentaram planos em 2021 para um parque eólico offshore de 2,2 GW na costa do Rio de Janeiro, no Brasil.
A Prumo Logística, grupo local controlado pelos dois parceiros internacionais, solicitou licença ambiental para o Complexo Eólico Offshore Ventos do Açu.
A Agência Internacional de Energias Renováveis (Irena) publicou recentemente um relatório sobre o impacto do hidrogênio na geopolítica da transformação energética.
O relatório nomeou o Brasil como uma das principais nações que podem ser líderes na produção competitiva de hidrogênio verde, graças às energias renováveis de baixo custo e aos preços relativamente altos do gás. Condições favoráveis para energia eólica offshore, bem como energia eólica onshore, potencial solar e capacidade hidrelétrica existente foram algumas das razões para esta avaliação.