(MENAFN-AFP)
O banco central do Brasil elevou sua taxa básica de juros em 1,5 ponto na quarta-feira, para 10,75 por cento, levando-a a dois dígitos pela primeira vez em quase cinco anos para combater a inflação descontrolada.
O oitavo aumento consecutivo da taxa Selic, que ficou em linha com as previsões, ocorre em um momento em que a maior economia da América Latina luta com uma recessão e uma inflação persistentemente alta que, segundo o comitê de política monetária do banco, “continua sendo uma surpresa negativa.
O comitê de nove membros, que tomou a decisão por unanimidade, deu a entender que em breve desaceleraria o ciclo de aperto, dizendo que “atualmente vê uma desaceleração no ritmo (de cortes de juros) como a política mais apropriada”.
O Brasil respondeu à inflação impulsionada pela pandemia com um dos ciclos de aperto mais agressivos do mundo, elevando rapidamente a taxa básica de juros de uma baixa recorde de 2% em março de 2021.
A última vez que a taxa Selic ficou em dois dígitos foi em maio de 2017.
A taxa de inflação do Brasil atingiu 10,06% em 2021, superando a meta dos formuladores de políticas: atualmente 3,5%, mais ou menos 1,5 ponto percentual.
Mas a política monetária agressiva está travando o crescimento econômico.
A economia entrou em recessão no ano passado, contraindo 0,4 por cento no segundo trimestre e 0,1 por cento no terceiro.
Analistas consultados pelo banco central atualmente preveem um crescimento econômico de 0,3 por cento este ano.
– Ano eleitoral –
A economia fraca se tornou uma grande dor de cabeça para o presidente de extrema direita Jair Bolsonaro, que concorre à reeleição em outubro e está muito atrás de seu inimigo, o ex-presidente de esquerda Luiz Inácio Lula da Silva, nas pesquisas.
As incertezas relacionadas ao ano eleitoral e à pandemia são importantes para a economia brasileira, mas há indícios de melhora.
A taxa de inflação mensal desacelerou no final do ano, de 0,95 por cento em novembro para 0,73 por cento em dezembro.
E a produção industrial registrou crescimento de 3,9% mais forte do que o esperado para 2021, de acordo com dados divulgados na quarta-feira, embora ainda 0,9% abaixo do nível pré-pandemia.
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse recentemente que espera que o ciclo de aperto das taxas esteja “chegando ao fim”.
A próxima reunião do banco está marcada para meados de março. Muitos analistas preveem que a última alta da taxa ocorra em maio, levando a Selic para cerca de 12%.
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