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A eliminatória da Copa do Mundo entre Brasil e Argentina em setembro, que foi cancelada minutos após o pontapé inicial quando autoridades de saúde entraram em campo, deve ser repetida, disse a Fifa nesta segunda-feira.
A partida na Arena NeoQuímica, em São Paulo, foi interrompida após cinco minutos, quando autoridades de saúde brasileiras invadiram o campo para impedir que jogadores argentinos baseados na Inglaterra jogassem, dizendo que haviam violado as regras de quarentena do país.
Autoridades disseram que os argentinos violaram as regras de que viajantes que estiveram no Reino Unido, África do Sul ou Índia nas duas semanas anteriores foram impedidos de entrar no Brasil, a menos que fossem cidadãos ou tivessem residência permanente.
Os jogadores enganaram as autoridades de fronteira ao declarar que não estiveram em um país na lista vermelha por 14 dias antes da partida, disseram autoridades brasileiras.
Autoridades argentinas disseram acreditar que os mesmos protocolos usados na Copa América no Brasil em junho do ano passado estavam em vigor para as eliminatórias da Copa do Mundo para permitir que as equipes viajassem pelo continente. A Confederação Sul-Americana de Futebol confirmou essa interpretação.
No entanto, a FIFA disse que a incapacidade das duas nações de completar a partida exigia ação disciplinar.
“O Comitê Disciplinar da FIFA concluiu que o abandono da partida se deveu a várias deficiências das partes envolvidas”, disse a Fifa em comunicado.
A partida “deve ser repetida na data e no local decididos pela FIFA”, disse.
O comitê disciplinar também sancionou os quatro jogadores argentinos radicados na Inglaterra -Emiliano Buendía, Emiliano Martínez, Giovani Lo Celso e Cristian Romero- por duas partidas internacionais.
A FIFA também multou as federações de futebol brasileira e argentina em 500.000 francos suíços (US$ 540.000) e 200.000 francos suíços, respectivamente, por não garantir “ordem e segurança”.
A Associação Argentina de Futebol (AFA) disse que vai recorrer da decisão.
“A decisão não está de acordo com os fatos”, disse a AFA, pedindo à Fifa que forneça os fundamentos legais da decisão para que possa preparar um recurso.
A Confederação Brasileira de Futebol também criticou a decisão, dizendo que estava decidindo quais medidas tomar.
As duas nações já se classificaram invictas para o Catar, com o Brasil na liderança do grupo sul-americano, quatro pontos à frente da Argentina. As duas equipes têm três jogos para disputar.
A última rodada programada de partidas de qualificação acontecerá no final de março.
(REUTERS)