BRASÍLIA, 6 de outubro (Reuters) – O presidente de direita do Brasil, Jair Bolsonaro, anunciou nesta quinta-feira a baixa de algumas dívidas do consumidor e um imposto sobre dividendos para pagar gastos sociais, mudando o foco de sua campanha de reeleição para a economia como o sondagens apertam
Seu rival de esquerda, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, também propôs um programa de perdão de dívidas para os consumidores brasileiros.
Pesquisas de opinião recentes mostram que Bolsonaro está à frente de Lula desde a semana passada, depois que o desempenho do presidente foi mais forte do que o esperado no primeiro turno da votação de domingo.
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Os dois se enfrentarão em um segundo turno em 30 de outubro.
Bolsonaro disse a parlamentares em Brasília que concordou com o presidente da Câmara dos Deputados em tributar os dividendos de brasileiros com renda acima de 400 mil reais (US$ 77.000) para estender um programa de assistência social mais generoso que expira em dezembro.
Tanto ele quanto Lula prometeram continuar com os pagamentos mensais de 600 reais aos brasileiros mais pobres no ano que vem, mas nenhum dos dois detalhou como pagariam. Ambos os candidatos buscam mudar as regras orçamentárias do Brasil, sem dar detalhes.
Bolsonaro acrescentou que a Caixa Econômica Federal abriria mão de até 90% do que cerca de 4 milhões de pessoas e 400 mil empresas devem a ele. Lula incluiu tal proposta em sua plataforma presidencial depois que ganhou visibilidade com seu rival Ciro Gomes, que apoiou Lula após não conseguir chegar ao segundo turno.
Cerca de 68 milhões de brasileiros foram colocados na lista negra por agências de classificação de crédito em agosto devido a dívidas vencidas, segundo a agência de crédito Serasa.
A CEO da Caixa, Daniella Marques, disse em entrevista coletiva nesta quinta-feira que o banco espera reestruturar cerca de 1 bilhão de reais (US$ 192,3 milhões) em empréstimos vencidos há mais de um ano e que o banco já registrou como prejuízo.
Marques disse que a Caixa vem realizando campanhas semelhantes de reestruturação de dívida desde 2017.
Separadamente, Lula recebeu endossos escritos de vários economistas que ajudaram a estabilizar a economia na década de 1990, quando o país era governado pelo Partido da Social Democracia Brasileira, um tradicional rival do Partido dos Trabalhadores de Lula.
Armínio Fraga, Edmar Bacha, Pedro Malan e Pérsio Arida escreveram que votaram em Lula e esperavam “gestão responsável da economia” do ex-presidente.
Uma pesquisa publicada pelo poderData na quinta-feira mostrou Lula com 48% de apoio dos eleitores, em comparação com 44% para Bolsonaro. A mesma empresa de pesquisa mostrou na semana passada que Lula ganhou um segundo turno simulado por 51% contra 39% do total de votos.
O PoderData foi um dos vários pesquisadores criticados por subestimar o apoio de Bolsonaro no primeiro turno, que Lula venceu por apenas 5 pontos percentuais do esperado.
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Informações de Ricardo Brito e Bernardo Caram; Escrito por Steven Grattan e Brad Haynes; Editado por Alistair Bell e Mark Porter
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