Bolsonaro perde disputa de reforma do sistema de votação – WSOC TV

SÃO PAULO – (AP) – O presidente Jair Bolsonaro sofreu uma grande derrota no Congresso quando legisladores brasileiros rejeitaram a proposta de exigir recibos impressos em algumas urnas eletrônicas.

Sem apresentar qualquer prova, Bolsonaro insistiu que o sistema de votação eletrônica do Brasil está sujeito a fraudes e que as impressões permitiriam que os resultados fossem auditados. A mudança constitucional proposta precisava de 308 votos para ser aprovada e recebeu 229 na noite de terça-feira.

No entanto, a oposição também não conseguiu alcançar uma esmagadora maioria para rejeitar os esforços incansáveis ​​do presidente para minar a confiança no sistema de votação. Apenas 218 parlamentares votaram contra a medida.

As autoridades eleitorais e até mesmo muitos dos aliados políticos de Bolsonaro se opuseram à proposta, dizendo que o sistema é totalmente confiável e que a mudança poderia criar oportunidades para compra de votos. Os críticos argumentam que Bolsonaro está tentando lançar dúvidas entre seus partidários apaixonados sobre os resultados das eleições de 2022, criando o cenário para conflitos potenciais semelhantes aos desencadeados pelas acusações de fraude nos Estados Unidos do então presidente Donald Trump.

Cláudio Couto, cientista político da Fundação Universidad Getulio Vargas, disse que a votação de terça-feira marcou a maior derrota legislativa de Bolsonaro desde que ele assumiu o cargo em 2019. A medida foi uma versão diluída de uma proposta inicial de adoção de impressões em todas as urnas. Essa iniciativa foi rejeitada na semana passada por um comitê do Congresso.

“O governo está ficando mais frágil em todos os aspectos”, disse Couto. “Ao insistir no voto impresso, para um problema inexistente, o Bolsonaro tornou esta derrota importante.”

Bolsonaro disse a seus apoiadores na quarta-feira que, apesar da derrota, a votação dividida mostrou que grande parte do Congresso não acredita que as eleições estão sendo realizadas com seriedade e que os brasileiros não confiarão nos resultados do próximo ano.

Ele disse que alguns parlamentares que votaram contra a proposta foram pressionados pela Justiça Eleitoral do Brasil, enquanto outros foram chantageados ou temem retaliação. Não ofereceu nenhuma evidência para essas alegações.

Ao pressionar por mudanças, Bolsonaro insultou repetidamente Luis Roberto Barroso, juiz da Suprema Corte que é presidente do tribunal eleitoral do Brasil, acusando-o de trabalhar para beneficiar o ex-presidente de esquerda Luiz Inácio Lula da Silva, que deve concorrer no próximo ano eleições. e está liderando nas primeiras pesquisas.

No início da terça-feira, dezenas de veículos militares e centenas de soldados desfilaram em frente ao palácio presidencial enquanto Bolsonaro assistia, em seguida, continuaram após o Congresso. Os veículos saíram da cidade à noite.

A Marinha divulgou um comunicado dizendo que o comboio havia sido planejado muito antes da votação no Congresso. Mas foi anunciado apenas na segunda-feira, e críticos disseram que parecia uma tentativa de intimidar os oponentes do presidente.

A votação de terça-feira representou uma tentativa do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, aliado do Bolsonaro, de resolver a disputa e amenizar as tensões na capital.

“Na Câmara, espero que esse problema seja finalmente resolvido”, disse Lira a repórteres na noite passada.

___ Marcelo Silva da Sousa noticiou do Rio de Janeiro.

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