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São Paulo (AFP) – O presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, disse na quarta-feira que foi liberado para deixar o hospital dois dias depois de ter sido encaminhado às pressas para um tratamento de emergência devido a uma obstrução intestinal parcial.
“Autorizado a partir de agora. Obrigado a todos”, tuitou o presidente de 66 anos junto com uma foto sua com o polegar para cima, cercado por seus médicos no hospital São Paulo, onde foi internado na segunda-feira.
Um porta-voz do hospital disse que Bolsonaro daria uma entrevista coletiva antes de partir.
Bolsonaro desenvolveu dores abdominais durante um feriado de ano-novo em uma praia de Santa Catarina e foi levado ao hospital Vila Nova Star na manhã desta segunda-feira a bordo do jato presidencial.
Os médicos deram-lhe uma dieta líquida e disseram terça-feira que o bloqueio foi removido, sem a necessidade de cirurgia.
Foi o mais recente em uma série de problemas de saúde desde que o líder de extrema direita foi esfaqueado no abdômen durante a campanha eleitoral de 2018 que o levou ao poder.
Ele passou por pelo menos quatro cirurgias decorrentes de sua esfaqueamento em um comício de campanha em setembro de 2018, perpetrado por um homem que alegou estar seguindo as ordens de Deus e mais tarde foi declarado mentalmente incapaz para ser julgado.
Bolsonaro, adepto do uso das mídias sociais para estimular sua base, manteve sua presença online durante sua internação no hospital, postando no Facebook, Twitter, Instagram e TikTok.
Ano difícil pela frente
A nova crise de saúde surge no momento em que o presidente inicia um difícil último ano de mandato rumo às eleições de outubro, que atualmente as pesquisas o colocam no caminho certo para perder.
Seu índice de aprovação está no nível mais baixo de todos os tempos, com a economia do Brasil em recessão e o país atingido por uma das piores mortes do mundo devido à Covid-19, uma doença que o presidente insistentemente minimizou.
O estilo polarizador de Bolsonaro continua a irritar sua base de extrema direita, mas ele perdeu o apoio crucial entre o centro político e o setor empresarial.
As pesquisas recentes colocam Bolsonaro bem atrás de seu provável principal adversário nas eleições de outubro, o ex-presidente de esquerda Luiz Inácio Lula da Silva.
Bolsonaro foi hospitalizado pela última vez em julho devido a outra obstrução intestinal que causou soluços persistentes.
Na ocasião, ele passou quatro dias no hospital. Os médicos também decidiram não operar e prescreveram uma dieta líquida.
Bolsonaro chora regularmente quando fala sobre o ataque de faca, que quase lhe custou a vida.
© 2022 AFP