O presidente Jair Bolsonaro reconheceu nesta quarta-feira (18) a gravidade da crise do novo coronavírus, mas pediu para evitar a “histeria” e adotar medidas preventivas básicas para impedir a propagação do vírus, que já infectou dois de seus ministros e o presidente. do Senado.
“Minha obrigação como chefe de Estado é antecipar o problema, revelar a verdade à população, mas que a verdade não exceda o limite do pânico”, disse Bolsonaro em entrevista coletiva, usando uma máscara protetora, como os ministros.
Dois membros de seu gabinete contraíram o vírus: o ministro da Segurança Nacional, Augusto Heleno, e o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque.
Ambos fizeram parte do partido que acompanhou Bolsonaro em uma viagem oficial aos Estados Unidos entre 7 e 10 de março. Até agora, há 17 infectados com coronavírus que faziam parte da comitiva nos EUA. EUA
“A verdade está aí, é um problema sério, mas não podemos entrar no campo da histeria”, insistiu Bolsonaro, que começa a mostrar preocupação com a pandemia.
No domingo passado, Bolsonaro deixou o Palácio do Planalto para cumprimentar vários apoiadores que participaram de um protesto em apoio ao governo, em meio a um apelo global para evitar multidões.
O segundo teste de coronavírus do presidente foi negativo.
Tensões políticas levaram apoiadores e oponentes de Bolsonaro a pedirem panelas nesta quarta-feira à noite.
Até agora, o Ministério da Saúde confirmou uma morte e 290 infectados com coronavírus. As autoridades de saúde de São Paulo, onde a primeira morte foi registrada, anunciaram quarta-feira que outras duas pessoas haviam morrido pelo vírus.
São Paulo e Rio de Janeiro, os estados que concentram o maior número de casos, declararam nesta semana estado de emergência e tomaram medidas como suspensão de aulas, restrição de operações comerciais e fechamento de atrações turísticas, como o Cristo Redentor. .
Dias difíceis
“Teremos dias difíceis. Dias difíceis pela frente. Agora, será menos difícil se cada um de vocês se importar com você, sua família e amigos. Somente assim, seguindo os preceitos ditados pelo Ministério da Saúde, como, antes de tudo, medidas básicas de higiene, podemos prolongar a curva de infecção para que … os hospitais possam atender quem precisa “, afirmou. o presidente.
Logo depois, um novo caso foi confirmado, o do presidente do Senado, Davi Alcolumbre, 42, que também contraiu o vírus e está em “isolamento de casa”, segundo seu conselheiro.
Bolsonaro pediu ao Congresso que declare a “calamidade pública” do estado para aumentar os gastos públicos e fortalecer a ajuda na área da saúde, além de fornecer ajuda econômica aos setores mais vulneráveis.
O governo expandirá os programas de assistência social e implementará um programa de apoio às empresas para conter os impactos na economia.
As incertezas provocam fortes reações na Bolsa de Valores de São Paulo, que desde o início da epidemia já caiu em até 40%. O dólar, por sua vez, fechou em R $ 5,20.
Agence France-Presse