Tupandactylus navigans (interpretação artística). Crédito: Victor Beccari
O esqueleto completo fornece uma primeira visão de todo o corpo do Tupandactylus navigans.
Um fóssil adquirido em uma batida policial acabou sendo um dos répteis voadores mais bem preservados já encontrado, de acordo com um estudo publicado em 25 de agosto de 2021 no jornal de acesso aberto. MAIS UM por Victor Beccari da Universidade de São Paulo e colegas.
Tapejarids (um dos primeiros Cretáceo subgrupo de répteis voadores chamados pterossauros) são conhecidos por suas cristas maciças e abundância no registro fóssil brasileiro, mas a maioria dos fósseis de tapejarídeos brasileiros retém apenas vestígios parciais. Nesse estudo, os pesquisadores descrevem um espécime de tapejarídeo excepcional que inclui quase todo o corpo, a maior parte intacto e até mesmo com restos de tecidos moles próximos aos ossos, tornando-o o mais completo esqueleto de tapejarídeo já encontrado no Brasil.
Este fóssil pertence a uma espécie chamada Tupandactylus naviganse tem uma história dramática. Está preservado em seis lajes de calcário de corte quadrado que foram confiscadas durante uma operação policial no porto de Santos, em São Paulo. Agora está entre as coleções da Universidade de São Paulo, onde os pesquisadores puderam reunir as lajes e examinar todo o fóssil, incluindo uma tomografia computadorizada para revelar os ossos escondidos dentro da pedra. Esta é a primeira vez que os paleontólogos foram capazes de estudar outra coisa senão o crânio desta espécie.
Tupandactylus navigans GP / 2E 9266. Fotografia do espécime (A); Modelo 3D da amostra (B). Abreviaturas: atax, complexo do eixo do atlas; cav, vértebras caudais; cv, vértebras cervicais; d4, dígito quatro; dc, crista dentária; dov, vértebras dorsais; f, fémur; hu, úmero; il, ílio; isc, ísquio; ma, manus; mc, metacarpal; naof, fenestra nasoantorbital; não, notário; p, púbis; por exemplo, pes; pmc, crista pré-maxilar; pt, pteróide; rad, radius; saco, vértebras sacrais; sc, escapulocoracóide; spmp, processo ósseo supra-pré-maxilar; st, esterno; alcatrão, tarso; tf, tibiofibula; ul, ulna. Barra de escala = 50 mm. Crédito: Victor Beccari
A descrição sugere que esta espécie tinha um estilo de vida de forrageamento terrestre, devido ao seu pescoço longo e proporções de membros, bem como sua grande crista que poderia influenciar negativamente o vôo de longa distância. Porém, o corpo de prova possui todas as adaptações necessárias para o vôo motorizado, como a presença de um cartório e uma região de ancoragem muscular desenvolvida nos ossos do braço. Este espécime também tem uma crista extraordinariamente grande em seu queixo, parte de sua já impressionante ornamentação de crânio. Precisamente como todos esses fatores contribuíram para o desempenho de vôo e estilo de vida desses animais será um tópico de pesquisas futuras, entre as muitas outras questões que podem ser respondidas através do estudo deste fóssil excepcional.
Os autores acrescentam: “Descrevemos o fóssil de tapejarido mais completo do Brasil, um esqueleto parcialmente articulado de Tupandactylus navigans com preservação de tecidos moles. Este espécime fornece novos insights sobre a anatomia deste animal e suas limitações para o vôo, que defende a ecologia alimentar terrestre. “
Referência: “Osteologia de um esqueleto tapejarídeo excepcionalmente bem preservado do Brasil: revelando a anatomia de um curioso clado de pterodáctilo” por Victor Beccari, Felipe Lima Pinheiro, Ivan Nunes, Luiz Eduardo Anelli, Octávio Mateus e Fabiana Rodrigues Costa, 25 de agosto de 2021 , MAIS UM.
DOI: 10.1371 / journal.pone.0254789
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