“Band-aid eletrônico” pode ser o próximo truque para verificar nossa saúde – 07/07/2020

Os cientistas criaram uma maneira de analisar nossa saúde apenas com os sinais fisiológicos que saem de nossa pele. Isso é possível graças aos “band-aids” tecnológicos, com sensores e conexão sem fio.

Engenheiros da Universidade de Stanford, na Califórnia (EUA), usaram uma tinta metálica especial para imprimir uma antena e um sensor em um adesivo flexível. É um processo semelhante à fabricação de etiquetas de pedágio.

Colado à pele, ele pode controlar os batimentos cardíacos, a respiração e outros indicadores de saúde. As leituras são transmitidas sem fio por radiofrequência para um pequeno receptor na roupa da pessoa.

O sistema já poderia ser usado em exames médicos, como monitorar pacientes com distúrbios do sono ou problemas cardíacos. O objetivo para o futuro é criar uma “rede” de avaliação de todo o organismo em tempo real. O estudo foi publicado na revista. Natureza eletrônica.

Para demonstrar a tecnologia, chamada BodyNET, os pesquisadores colocaram remendos no pulso e no abdômen de algumas pessoas. Os sensores analisaram como a pele se estica e se contrai a cada batida ou respiração e, portanto, fazem medições precisas.

Da mesma forma, quando colocados nos cotovelos e joelhos, os adesivos foram capazes de registrar a flexão e o movimento muscular.

Zhenan Bao, o engenheiro químico responsável pelo laboratório, disse que a equipe também está desenvolvendo novos sensores, capazes de detectar suor e outras secreções, para analisar variáveis ​​como temperatura corporal e nível de estresse.

Uma equipe de 14 pessoas passou três anos desenvolvendo os sensores. O objetivo era criar uma tecnologia que fosse confortável de usar, sem baterias ou circuitos rígidos, para que os sensores pudessem se contrair e expandir junto com a pele.

O objetivo é ter vários patches trabalhando juntos para monitorar com mais precisão a saúde de uma pessoa. Seria como roupas inteligentes: uma evolução das bandas inteligentes de hoje.

“Acreditamos que um dia será possível criar uma rede de sensores de pele para o nosso corpo em geral, coletando dados fisiológicos sem interferir no comportamento normal de uma pessoa”, disse Bao.

O protótipo criado atende a esses parâmetros, usando uma variação de RFID (identificação por radiofrequência). Esse tipo de conexão é usado, por exemplo, em sistemas de abertura de porta ou portão com um cartão.

A etiqueta BodyNET é como o cartão de identificação: contém uma antena que coleta energia de radiofrequência de um receptor na roupa da pessoa, para ativar os sensores. Em seguida, ele mede a pele e envia para o destinatário.

Mas, para que o sistema funcionasse, os cientistas precisavam criar uma antena que, diferente das usadas nos cartões, poderia se esticar e dobrar como nossa pele. A solução foi imprimir com tinta metálica, estilo serigráfico, em um adesivo de borracha.

Ainda assim, cada vez que a antena dobrava ou esticava, o sinal era muito fraco e instável para ser eficaz. Para resolver esse problema, eles desenvolveram um novo tipo de sistema RFID, capaz de enviar sinais mais fortes e precisos ao receptor, mesmo com deformações.

O receptor alimentado por bateria usa Bluetooth para transportar periodicamente os dados coletados pelos adesivos para um smartphone, computador ou outro sistema de armazenamento.

Para levar a tecnologia além do ambiente clínico, criando dispositivos fáceis de usar diariamente, há outro desafio: manter o sensor e o receptor muito próximos um do outro.

Nos experimentos, um receptor foi anexado à roupa da pessoa, bem acima de cada sensor, uma antena para cada um. Esse emparelhamento é fácil no monitoramento médico.

Para criar um BodyNET completo, que alguém possa usar enquanto, por exemplo, se exercita, o ideal seria um equipamento especial com várias antenas embutidas: um equipamento inteligente, capaz de receber e transmitir sinais, não importando onde o corpo esteja. Sensores.

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