Na quinta rodada de negociações da Campanha Nacional dos Banqueiros 2020, na tarde desta sexta-feira, 14, os trabalhadores discutiram suas principais demandas econômicas e sociais com a Fenaban (federação de bancos). A categoria quer aumento real de 5%, PLR, vale-refeição, alimentação e aumento de creche / creche, plano de tarifas e salários, mais suspensão de terceirização, constituição de comissão bipartite para debate mudanças tecnológicas, isenção de taxas para funcionários, remuneração adicional para coibir dispensas indevidas, entre outros.
Os bancos tiveram que apresentar as respostas aos pleitos na próxima mesa, que será na terça-feira 18.
> Verifique a lista de reclamações de funcionários do banco.
“Deixamos claro na mesa que os bancos, que continuam obtendo grandes lucros apesar do agravamento da crise econômica causada pela pandemia, podem atender às demandas e valorizar seus funcionários, que são os geradores desses benefícios. Os bancários não aceitarão menos direitos e vão querer melhores adiantamentos e remuneração, com aumento real e maior PLR ”, disse a presidente do Sindicato dos Banqueiros de São Paulo, Ivone Silva, uma das coordenadoras do Comando do Banco Nacional, que representa a categoria. na mesa de negociações com a Fenaban.
“A Fenaban chegou a afirmar que os bancos tiveram resultados inferiores por conta da pandemia, mas mostramos que os lucros ainda são altos e que a queda se deve principalmente ao aumento do PDD, que é a provisão que os bancos fazem para possíveis inadimplências. ”, Enfatiza Ivone.
Lembre-se também que a Campanha entrará em uma fase decisiva na próxima semana. “Por isso, a categoria deve se manter mobilizada e atenta. Mais ainda porque, com o fim da extrativismo, nossos direitos estarão em risco se não fecharmos um novo contrato antes de 31 de agosto. Temos que mostrar aos bancos que não aceitaremos menos direitos e que estamos unidos ”, acrescenta.
> Quarta rodada: Sindicato exige implantação de canal para vítimas de violência
> Terceira rodada: Sindicato exige da Fenaban melhorias na saúde dos bancários
> Segunda rodada: Banqueiros exigem manutenção de empregos
> Primeira rodada: Sindicato negocia regulamento da sede
Veja algumas das reivindicações apresentadas:
Aumento real
Os bancários estão exigindo reposição da inflação mais um aumento real de 5% para salários e outros fundos. E argumentaram na mesa que os bancos podem atender a demanda e valorizar seus funcionários, já que os cinco primeiros (Itaú, Bradesco, Santander, BB e Caixa) tiveram, em 2019, lucros que somaram R $ 108 bilhões, um aumento 30% ante 2018. E só no primeiro semestre do ano o lucro das quatro maiores (a Caixa ainda não divulgou o balanço) chegou a R $ 28,5 bilhões, mesmo com a economia afetada pela pandemia do coronavírus .
PLR
A categoria também reivindica PLR de 3 salários mais valor fixo de R $ 10.742,91. Eles observaram que, apesar de os lucros terem diminuído em função da pandemia (que se deveu ao aumento da Provisão para Devedores Duvidosos – PDD), os bancos continuam sendo o setor mais lucrativo da economia brasileira.
Além disso, com os resultados crescentes dos bancos, o percentual do lucro distribuído nos últimos anos nem chega aos 7,2% esperados na CCT. Em 2019, por exemplo, os 3 maiores bancos privados distribuíam apenas 6,2% do lucro líquido. Quando se leva em conta o início do PLR CCT, a redução nos percentuais distribuídos é ainda mais marcante: em 1995, os maiores bancos privados distribuíam 14% de seus lucros e, em 1997, o percentual era de 10% de seus lucros. na forma de PLR-CCT. O mesmo ocorre com os bancos públicos, que seguem regras inspiradas na Fenaban mais as suas: a média do BB e da Caixa foi de 10,1% do lucro em 2019.
Entre 1997 e 2019, a receita líquida do setor bancário brasileiro teve um crescimento real (acima da inflação) de 446%, atingindo quase R $ 110 bilhões em 2019. No mesmo período, o PLR de um caixa de banco (considerando o teto tanto da regra básica quanto da parcela adicional teve um crescimento real de 160%. Com isso, o lucro do setor bancário cresceu 2,8 vezes mais que o aumento do valor da PLR distribuída aos caixas, por exemplo.
Maior VA, VR e assistência de babá / babá
Os bancários reivindicam VA, VR no valor mensal de R $ 1.045 cada. Também querem um subsídio mensal de creche / babá de R $ 1.045 para cada filho, incluindo filhos adotivos, dependentes de custódia provisória e enteados, até 12 anos.
Os bancários reforçaram que a inflação da alimentação no domicílio aumentou 9,7%, aumento muito superior à da alimentação fora do domicílio, que foi de 4,5%, geralmente superior. Isso provavelmente se deve à pandemia de coronavírus, que levou muitos trabalhadores a adotarem o escritório central.
Planeje empregos e salários
A categoria prevê um PCS (Plano de Salários e Cargos) que prevê reajuste de 1% a cada ano, reajuste de 2% a partir do quinto ano no banco e a incorporação ao salário do bônus de função recebido há mais de cinco anos, entre outras coisas.
Isonomia Salarial
Os banqueiros querem que os bancos se comprometam a aplicar a Convenção 100 da OIT e o Artigo 2 da Declaração dos Direitos Humanos, com relação à equivalência salarial para trabalho de igual valor.
Regulamento da remuneração total
Eles também querem que reajustes e outras formas de remuneração sejam previamente negociados entre as partes do acordo (bancos e sindicatos).
Cláusulas sociais:
Medidas contra terceirização
Os banqueiros querem fechar o compromisso assumido pelos bancos na Campanha 2018 de não contratar intermitentes. Eles também querem que os bancos suspendam a implementação de quaisquer projetos de terceirização.
Comissão de mudanças tecnológicas
A categoria prevê a implementação de uma comissão bipartite com representantes dos trabalhadores e empregadores para debater, acompanhar e apresentar propostas sobre mudanças tecnológicas e organizacionais, reestruturação administrativa, introdução de novos equipamentos, acesso remoto e outras situações semelhantes.
Isenção de taxas bancárias
A categoria reivindica a isenção de taxas e juros mais baixos para os funcionários do banco (não superior a 1% sobre saques a descoberto, empréstimos, transações com cartão de crédito). Já a Fenaban destacou, na reunião desta sexta-feira, que esse é um assunto que atinge cada banco.
Compensação adicional
Os bancários desejam estabelecer indenizações adicionais para evitar demissões injustificadas. Em caso de despedimento, apesar de observadas as condições estabelecidas no artigo “Garantias contra despedimento sem justa causa”, as empresas abrangidas pela CCT pagariam uma indemnização adicional, no montante equivalente a 3 (três) vezes a maior remuneração do trabalhador por trabalhado a cada 5 (cinco) anos.
Programa de preparação para a aposentadoria
O artigo 104 da lista de reclamações dos bancários prevê o estabelecimento de um programa de preparação para a aposentadoria, que visa orientar e informar os empregados em fase de reforma antecipada, de forma a favorecer o processo de adaptação destes. empregados a esta nova condição.
Segurança do banco
Os trabalhadores exigem a manutenção e continuidade do trabalho da Comissão de Segurança Bancária, cujo objetivo é desenvolver um plano com medidas para proteger a vida dos bancários, evitando roubos, sequestros e extorsões.
Contribuição de negócios
Uma categoria só é forte com organização. Por isso, os trabalhadores afirmam que a contribuição da negociação é fundamental, que é fundamental manter a luta: um percentual único e igual para todas as entidades sindicais, para custear as despesas incorridas durante a campanha salarial.
Plano de previdência complementar
Os trabalhadores querem que os bancos se comprometam a instituir e patrocinar um Plano de Previdência Complementar fechado para todos os seus funcionários, com o objetivo de garantir o cumprimento da aposentadoria e da pensão por morte e invalidez.
Calendário
A próxima mesa de negociações da Campanha Bancária 2020 será na terça-feira, dia 18. Veja aqui o calendário de mesa com Fenaban.
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