O Conselho do Banco Mundial aprovou hoje os US$ 250 milhões Recuperação das perdas de aprendizado da pandemia de COVID-19 no Brasil esboço, projeto. O programa apoiará a estratégia brasileira de promover a recuperação do aprendizado e enfrentar as taxas de evasão escolar relacionadas à crise da emergência sanitária, por meio da implementação de programas e sistemas inovadores para fortalecer a gestão educacional em escolas de ensino fundamental e médio nas regiões Norte e Nordeste do país.
“A pandemia do COVID-19 infligiu desafios sem precedentes à educação global. Uma estratégia de recuperação sistemática permitirá ao Brasil não apenas reverter as perdas de aprendizado relacionadas à pandemia, mas também promover uma melhoria forte e sustentada na educação.” diz o Ministério da Educação Víctor Godoy Veiga.
O Brasil teve um dos mais longos fechamentos de escolas da região devido à pandemia. De acordo com o Ministério da Educação do Brasil, as escolas públicas ficaram fechadas em média 287,4 dias (ou cerca de 9,5 meses), enquanto as escolas privadas ficaram fechadas por 247,7 dias (cerca de 8 meses), o que representa uma diferença entre as públicas e as privadas de 40 dias . As regiões Norte e Nordeste registraram um período ainda maior de fechamento de escolas, com o estado da Bahia registrando o maior fechamento de escolas (366,4 dias em média), seguido por Roraima (349,4 dias), Rio Grande do Norte (336,5 dias), Acre ( 332,7 dias) e Amapá (332,4 dias).
Apesar dos esforços para promover aulas online, barreiras de conectividade tanto nas escolas quanto nas casas dos alunos dificultaram o aprendizado, principalmente nas regiões Norte e Nordeste do Brasil. De acordo com o Censo Escolar 2020, apenas 60% das escolas públicas do Brasil têm internet. Essa situação é ainda mais grave no Norte e Nordeste do Brasil, onde a conectividade com a Internet está disponível apenas em 48,5% das escolas públicas (banda larga em apenas 39%).
A Operação proposta visa reduzir as lacunas regionais por meio do apoio a programas inovadores online e presenciais. Algumas das principais iniciativas incluem: (i) a implantação de Observatórios Nacionais e Estaduais do Abandono Escolar (OSD); (ii) um Sistema de Alerta Antecipado (SAP), para ajudar a identificar alunos com alto risco de abandono; Tutoria Personalizada para Professores e Iniciativa Socioemocional (SIS), para reconstruir as habilidades socioemocionais dos alunos e incentivá-los a aprender de forma eficaz.
De volta à escola, o desafio é fazer com que os alunos (re)aprendam de forma eficaz. Nesse sentido, o programa tem duas linhas de ação: abordagens presenciais, oferecendo o Programa de Tutoria Personalizada (APA) a pequenos grupos de alunos com lacunas de aprendizagem semelhantes; e discussões em grupo estruturadas no SIS para mitigar os impactos da pandemia nas habilidades socioemocionais dos alunos. A segunda linha de ação concentra-se em estratégias e sistemas educacionais híbridos para recuperar o aprendizado perdido, fornecendo conectividade à Internet para as escolas, acesso à Internet para alunos vulneráveis da Lei 14.172 e levando Laboratórios de Criatividade e Inovação para municípios do interior, instalações onde professores e diretores ser treinado para usar a tecnologia em sala de aula e dominar as habilidades de ensino fundamentais necessárias para ajudar os alunos a se recuperarem das perdas de aprendizado.
O projeto também oferecerá suporte a dois sistemas educacionais inovadores: o ecossistema de soluções educacionais, que visa oferecer uma variedade de ferramentas educacionais às escolas públicas, incluindo plataformas de aprendizagem adaptativa; e a Plataforma Integrada de Gestão Educacional, que tem como foco a integração do sistema de gestão educacional do Ministério da Educação. Ao fortalecer modelos de aprendizagem híbridos, treinar professores no uso de tecnologia e consolidar sistemas educacionais, o projeto espera construir resiliência contra futuras pandemias e desastres naturais que podem atrapalhar o aprendizado e o ensino.
“O mundo está enfrentando uma crise silenciosa na educação. É necessária uma ação urgente. Ao apoiar este programa abrangente e inovador de recuperação do aprendizado, o Banco Mundial acredita firmemente que o Brasil se tornará um modelo para os países da região sobre como combater a crise do aprendizado.” diz a diretora do Banco Mundial para o Brasil, Paloma Anós Casero.
Os resultados suportados pelo programa incluem:
- Criação de Observatórios Nacionais e Estaduais de Abandono Escolar (OSD).
- Implementação de um Sistema de Alerta Antecipado (SAP).
- Implementação de um Programa de Educação e Família.
- Implementação de um Programa de Tutoria Personalizada (APA).
- Implementação da Iniciativa Socioemocional (SIS).
Esse empréstimo do Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento (BIRD) ao Ministério da Educação é garantido pela República Federativa do Brasil e tem prazo final de 34,5 anos, com 5 anos de carência.