O homem que diz ter recebido cheques falsos do deputado eleito George Santos enquanto trabalhava como balconista no Brasil fala aos repórteres e acusa o político republicano de ser um “mentiroso profissional”.
Santos deveria tomar posse nesta semana, quando inicia mandato de dois anos na Câmara dos Deputados; Essa cerimônia, como todos os outros assuntos da Câmara, foi adiada porque o caucus republicano da Câmara continua incapaz de se unir em torno de uma eleição para presidente da Câmara.
Mas esse é o menor de seus problemas: Santos se vê no centro de um turbilhão de críticas de todos os lados depois de admitir ter inventado praticamente todos os aspectos de seu registro público enquanto concorre ao Congresso. Agora ele se depara com mentiras sobre seu trabalho para duas grandes empresas, Goldman Sachs e Citigroup, bem como sobre sua história educacional e formação religiosa. Ele até enfrenta desprezo por aparentemente mentir sobre seus parentes fugindo do Holocausto.
E de volta ao Brasil, onde o Sr. Santos tinha dupla cidadania, ele também é acusado pelas autoridades brasileiras de pagar itens em lojas com cheques falsificados e roubados.
Agora, o balconista que diz ter sido obrigado a devolver parte do dinheiro que Santos deveria ter pago em sua loja fala à CNN em sua primeira entrevista.
Ele ofereceu conselhos aos eleitores do 3º Distrito Congressional de Nova York, que podem se sentir responsáveis por enviar um mentiroso confesso e possível vigarista ao Congresso.
“Não se sinta culpado, ele faz isso muito bem. Ele é um mentiroso profissional”, disse Bruno Simões ao canal de notícias.
“Embora ele confessasse seu crime, ele nunca me procurou para pagar sua dívida. Nessa altura tive de assumir a dívida, que era bastante elevada”, explicou ainda.
A CNN e outros meios de comunicação informaram que tanto o Sr. Santos quanto sua mãe admitiram à polícia brasileira que pegaram um talão de cheques pertencente a uma amiga dela e usaram os cheques para fazer várias compras. E um documento de 2010 decorrente do processo assinado pelo próprio Santos parece reconhecer que ele confessou o crime, afirmando que Santos “reconheceu ser o responsável pela falsificação das assinaturas dos cheques, e também confirmou que destruiu os cheques restantes”. .
Mas Santos está fora do país há anos e, segundo diversos meios de comunicação, o processo contra o deputado eleito foi suspenso porque as autoridades não conseguiram localizá-lo.
Isso mudou com sua eleição para o Congresso; Autoridades policiais dizem agora que o caso foi retomado.
Santos negou envolvimento no caso em um comunicado recente, mas se recusou a comentar todos os escândalos que engolfaram sua curta carreira desde que chegou a Washington.
“Não sou criminoso aqui, nem aqui nem no Brasil nem em nenhuma jurisdição do mundo. Absolutamente não. Isso não aconteceu”, ele insistiu anteriormente em O New York Post.
Notícias indicam que o congressista calouro agora enfrenta investigações estaduais e federais sobre atividades potencialmente criminosas; ele também enfrenta pedidos de demissão ou renúncia dos democratas e até mesmo de alguns críticos de direita.