MetSul Meteorology alerta para uma enorme e muito intensa massa de ar polar que atingirá quase metade do território brasileiro e grande parte da América do Sul nesta semana com potencial para ser um evento histórico de frio e neve. Uma verdadeira bolha de ar antártica avançará pela Argentina e atingirá o sul, centro-oeste, sudeste e parte do norte do Brasil em sua trajetória continental, além de Paraguai, Bolívia, Uruguai, Peru e até Equador, Colômbia e Venezuela. Assim, a influência do ar frio, por mais modesta que seja, deve cruzar o equador e chegar ao hemisfério norte, onde é verão.
Fortes massas de ar frio ocorrem quase todos os anos no sul do Brasil, mas serão excepcionalmente fortes e amplas durante a segunda quinzena de agosto. A queda de temperatura será sentida a partir de quarta-feira no Rio Grande do Sul e entre quinta e sexta-feira será sentida em outras regiões do Brasil. Quinta, sexta e madrugada de sábado serão dias muito frios no sul do Brasil. Como a massa de ar será muito fria, é comum chegar com vento moderado a forte que trará uma sensação térmica com valores muito baixos e negativos em vários locais.
Uma queda polar no meio da atmosfera afetará o sul do Brasil. Isso causará nebulosidade e instabilidade com ar muito frio em altitude, o que na análise MetSul traz uma probabilidade muito alta de neve ocorrer no sul do país. Todos os modelos numéricos consultados pela MetSul mostram neve entre quinta e sábado. Se há certeza do frio intenso e quase convicção de que pode nevar, a questão por enquanto é onde e quanto pode nevar.
Com cada rodada e com cada modelo, as projeções de neve são diferentes e variam amplamente. Agora, muito mais completo e agora mais limitado aos sítios tradicionais do fenômeno como Aparados da Serra e Planalto Sul Catarinense. O que chama a atenção, no entanto, é que vários modelos e em várias rodadas hoje e nos últimos dias indicaram que pode nevar de forma mais abrangente e em locais não acostumados a ver neve ou que não testemunham o fenômeno há décadas. .
Modelos nas últimas horas e dias já relataram neve no Uruguai, próximo à cidade de Buenos Aires e nas províncias argentinas de Santa Fé e Entre Ríos, na maior parte do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, e até em Curitiba e no sul do estado de São Paulo.
Acontece que nas rodadas seguintes eles não mantiveram essas tendências. Veja, por exemplo, o modelo canadense. Na madrugada de hoje indicava neve no sul do Brasil e na quantidade de 25 cm a meio metro em alguns pontos. Na rodada da tarde de hoje, apesar de indicar neve em muitos lugares, a projeção é menos neve e em menos lugares do que na projeção da manhã.
O modelo do serviço meteorológico alemão operado pela MetSul na rodada da tarde de hoje mostrou mais neve nas áreas tradicionais do Planalto Sul Santa Catarina e Aparados da Serra do Rio Grande do Sul, mas também apontou o fenômeno em áreas menores. do norte do Rio Grande do Sul, como o Médio Planalto, e em pontos do Oeste e Centro-Oeste de Santa Catarina e do Planalto de Palmas, no Paraná.
Diante desse cenário, reiteramos que a probabilidade de neve é extremamente alta, mas que hoje não é possível fazer projeções responsáveis da quantidade e localização do fenômeno de forma responsável. O que pode e deve ser relatado é que deve nevar e não está descartado que seja forte em alguns lugares, embora o fenômeno possa atingir pontos ainda menos comuns ao fenômeno. Porém, somente nos próximos dias o cenário será mais claro.
A neve, por natureza, é um fenômeno difícil de prever e, mesmo nos Estados Unidos, os meteorologistas costumam ter dificuldade em especificar as acumulações. Anos atrás, por exemplo, a cidade de Nova York foi paralisada em sua totalidade por ordem da Câmara Municipal ao custo de bilhões de dólares de acordo com uma previsão oficial do Serviço Nacional de Meteorologia dos EUA. De que nevaria de 50 a 75 cm , mas no final do dia poucos caíram. centímetros e o caso acabou sendo amplamente estudado e debatido na comunidade meteorológica e concluído em diversos fóruns sobre a necessidade de comunicar ao público e aos governos os diferentes cenários e incertezas na previsão neste tipo de situação.
MetSul Meteroologia destaca que um fenômeno que ainda não foi descartado é a ocorrência de chuva congelante e que pode ocorrer mesmo em locais de menor altitude, até mesmo ao nível do mar, pois a atmosfera estará extremamente fria na segunda quinzena da semana e nesta tipo. a precipitação pode ocorrer com uma temperatura de superfície superior a 5ºC positiva.
Como haverá mais nuvens no sul do Brasil, as mínimas entre quinta e sexta-feira serão baixas, mas não tão extremas quanto as mais fortes ondas de frio já registradas neste inverno, que se desenvolveram com céu limpo e ar muito seco. Por outro lado, a presença de cobertura de nuvens deve fazer com que os máximos sejam muito baixos, o que trará dias muito frios e até dias de vento aumentando a sensação de gelo.
O potencial histórico desta prova de frio a ser confirmado não será devido ao mínimo, mas sim devido à neve se chegar forte e em mais locais que o habitual como indicado por alguns modelos.
Como é comum na presença de uma área de menor pressão atmosférica, o ar seco se move para o oeste e norte do sistema. Por isso, vai resfriar muito e com mínimos muito baixos com geadas no norte da Argentina, no Paraguai, em partes do Centro-Oeste do Brasil e em parte do Sudeste, sem retirar geadas em Minas Gerais fora das áreas serranas como o Triângulo Mineiro e até no Sul de Goiás.
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