Pesquisa realizada pela Quaest Consultoria e Pesquisa entre os dias 19 e 23 de março mostra que a avaliação do governo Jair Bolsonaro piorou desde o início da crise causada pelo novo coronavírus. Segundo a pesquisa, o número de eleitores que consideram o atual governo negativo aumentou de 35% no início do mês para 40%. A taxa regular passou de 34% para 29%. Mesmo assim, a avaliação positiva do governo permanece estável, oscilando de 30% para 28%, dentro da margem de erro.
Quaest ouviu mil pessoas em 114 municípios em 26 estados brasileiros. A margem de erro é de 3,1 pontos percentuais. Segundo a pesquisa, a desaprovação de Bolsonaro é mais alta na região nordeste, onde ele teve menos votos nas eleições de 2018 e a taxa de sentimentos negativos chega a 51% em comparação com 24% dos sentimentos positivos e 24% regulares. No Centro-Oeste, o presidente é 41% positivo, 23% negativo e 32% regular. É a única região do país em que tem mais aprovação do que desaprovação.
No sudeste, onde a maioria dos eleitores está concentrada, a classificação negativa de Bolsonaro aumentou de 33% para 37% e a classificação positiva flutuou de 29% para 30% (32% consideraram justo).
Em todo o país, a avaliação negativa do presidente é mais alta entre jovens de 18 a 29 anos (43%), trabalhadores que ganham até dois salários mínimos (43%) e mulheres (45% vs. 35% de desaprovação) pelos homens).
Bolsonaro também perde apoio entre evangélicos
Segundo a pesquisa, Bolsonaro perdeu apoio entre os evangélicos. Nesse segmento, a proporção de pessoas que consideram a administração positiva caiu de 46% para 36% e a de quem desaprova o governo aumentou de 21% para 30%.
A pesquisa mostra resistência entre o eleitorado que votou em Bolsonaro no segundo turno das eleições presidenciais de 2018. Entre seus eleitores, o presidente tem uma avaliação positiva de 56% (54% no início do mês), uma negativa de 33% ( 9%) e 33% regulares. Eles representam 41% dos entrevistados.
Entre os eleitores de Fernando Haddad, 81% desaprovam o governo, 13% o consideram regular e apenas 4% positivo.
O governo Bolsonaro é considerado negativo por 46% dos que disseram ter votado nulo ou em branco em 2018, 35% regulares e 12% positivos.
A pesquisa também mostra um aumento no número de pessoas preocupadas com o futuro do Brasil desde que a crise piorou. Segundo Quaest, essa parcela da população aumentou 11 pontos percentuais. Era 61% no começo do mês e hoje é 72%. Segundo a pesquisa, no mesmo período, o número de pessoas otimistas sobre o país caiu de 20% para 13%.
A pesquisa também mostra que, para 41% dos entrevistados, o Brasil está piorando com Bolsonaro, ante 38%. Quem pensa que o país está melhorando caiu de 33% para 26%. Outros 29% dizem que o país está estagnado.
Status do conteúdo