As transmissões sustentadas da covid-19 atingem 6 cidades e referem-se à saúde

A transmissão sustentada do novo coronavírus em pelo menos seis estados brasileiros preocupa o Ministério da Saúde. O ministro Luiz Henrique Mandetta disse na quinta-feira 19 que o crescimento da covid-19 no Brasil ocorreu em todo o país, em bloco, o que pode dificultar ainda mais o trabalho de monitorar e controlar a doença. Ele ressaltou que medidas preventivas mais rígidas poderão ser adotadas na próxima semana se a população não seguir as medidas indicadas na pasta, como o isolamento social. O número de casos confirmados no país chegou a 550.

Os estados que já registraram transmissão comunitária, também conhecidos como sustentados, são Rio de Janeiro, Minas Gerais, Santa Catarina, Pernambuco, Rio Grande do Sul e São Paulo. Esse tipo de propagação é caracterizado quando não é mais possível identificar a fonte de contaminação de uma pessoa naquela cidade.

“Exceto na região amazônica, região norte, todas as outras regiões estão fazendo aumentos sistemáticos em massa. O que poderia estar em uma região parece-me estar aumentando em bloco em todos os estados. Parece que algo está chegando em relação a um cenário muito mais nacional do que regional “, disse Mandetta na noite de quinta-feira.

O ministro lembrou que na China, o país com o maior número de casos até agora, a epidemia estava concentrada na cidade de Wuhan, marco zero do novo coronavírus. Outras cidades chinesas, segundo ele, não tiveram surtos epidêmicos como os que começaram a ocorrer no Brasil.

Se o aumento do bloqueio for repetido da mesma maneira na próxima semana, Mandetta disse que “será muito mais complexo” o governo monitorar a covid-19 e que será necessário expandir o sistema projetado para conter o vírus.

Na quinta-feira, o governo já anunciou medidas específicas para estados com transmissão comunitária. Uma é que qualquer pessoa com sintomas de gripe deve ser vista nos centros de saúde como tendo covid-19. Além disso, as pessoas suspeitas de estarem infectadas com o novo coronavírus poderão obter um atestado médico para isolar toda a família. Outros membros da família não precisarão ir ao centro de saúde para obter o certificado pessoalmente.

“Estamos vendo a ponta do iceberg, abaixo há muitos outros casos. E quando a epidemia aumenta no número de casos, é dura, letal, dói e inviabiliza o sistema de saúde. É do comportamento coletivo que teremos um gráfico maior ou menor “, afirmou o ministro. “Se eu acordar com um sintoma, até saber o resultado, a probabilidade de que minha esposa e meu filho acabem se infectando já os coloca como um possível contágio.” Então, eu isolei minha família ”, disse Mandetta.

O ministro afirmou que o país ainda está passando pelo início da epidemia e que novas medidas devem ser tomadas mais tarde “Estamos no sopé da montanha, começaremos a subir agora”, afirmou. Ele lembrou um decreto emitido em conjunto com o Ministério da Justiça para destacar a possibilidade de prisão em caso de não cumprimento das diretrizes de isolamento ou hospitalização.

Antes das decisões, governadores e prefeitos adotaram medidas restritivas mais rigorosas por conta própria. Para reduzir a circulação de pessoas no Estado, o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), decidiu suspender o transporte interestadual de passageiros. O Estado ainda não tem um caso confirmado da nova doença. “É uma barreira para reduzir o movimento de pessoas”, disse Dino à Political Broadcast. A medida entrará em vigor a partir de sábado.

Em Santa Catarina, que tem seis casos confirmados e um registro de transmissão comunitária, o governador Carlos Moisés tomou uma decisão semelhante. Interurbano interrompido e circulação de ônibus interestadual.

Antes de finalizar a transmissão ao vivo para esclarecer a covid-19, o ministro observou que o Brasil deve lidar com a doença juntos, independentemente de haver mais casos em um estado do que em outro. “Estamos no mesmo barco”, disse ele.

O secretário de Vigilância em Saúde, Wanderson Oliveira, disse que nos próximos dias será importante ter um trabalho de unidade entre os municípios e os estados. “Tornar-se-á cada vez mais complexo monitorar os casos de viagens domésticas domésticas”, afirmou.

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