As mudanças nas taxas do Fed podem afetar a poluição e o meio ambiente?

Newswise – A política monetária como a do Federal Reserve dos EUA, elevando as taxas de juros, pode afetar o meio ambiente? De acordo com um novo estudo da Universidade Atlântica da Flóridade Escola de Negóciospode.

Usando um modelo de oferta agregada de demanda agregada (AD-AS) dinamicamente estilizado, os pesquisadores exploraram as consequências das ferramentas monetárias tradicionais, ou seja, mudanças nas taxas de juros de curto prazo, para o meio ambiente. Especificamente, eles analisaram como a política monetária afeta as emissões de CO2 no curto e no longo prazo. O modelo AD-AS transmite várias relações entrelaçadas entre os quatro objetivos macroeconômicos de crescimento, desemprego, inflação e uma balança comercial sustentável.

Para o estudo, os pesquisadores também usaram a metodologia Global Vector AutoRegressive (GVAR), que interliga regiões usando uma variável de integração econômica explícita, neste caso, o comércio bilateral, permitindo efeitos de transbordamento.

João Ricardo FariaPh.D., coautor e professor da Departamento de Economia da Escola de Negócios da FAU e colaboradores da Universidade Federal de Ouro Preto e da Universidade de São Paulo no Brasil, examinaram quatro regiões para o estudo: Estados Unidos, Reino Unido, Japão e Zona do Euro (todos os países da União Europeia que incorporam o euro como moeda nacional).

Além disso, usaram dados de outros oito países para caracterizar a economia internacional. Seu método modela explicitamente sua interação para avaliar não apenas o impacto interno de uma mudança de política, mas também suas repercussões em outras economias.

Resultados do estudo, publicados na revista Economia de Energia, sugerem que o impacto da política monetária sobre a poluição é basicamente doméstico: uma contração ou redução monetária em uma região reduz suas próprias emissões, mas isso não parece se estender a outras economias. No entanto, as descobertas não implicam que a economia internacional seja irrelevante para determinar o nível de emissões de uma região.

“A atuação de um país, como os Estados Unidos, não se restringe às suas fronteiras. Por exemplo, um choque positivo na política monetária do Federal Reserve pode provocar ajustes em todo o sistema, inclusive nas emissões de carbono das demais regiões”, disse Faria.

A abordagem utilizada neste estudo considerou a própria dinâmica dos EUA, bem como as respostas de outras economias. Além disso, a análise de quatro regiões diferentes permitiu aos pesquisadores verificar e comparar como os mercados nacionais reagem a uma mesma política.

O estudo também identificou diferenças importantes entre as regiões. Por exemplo, a política monetária não parece reduzir a emissão de curto prazo no Reino Unido ou a emissão de longo prazo na zona do euro. Além disso, o coeficiente de cointegração do Japão é muito maior do que em outras regiões, sugerindo fortes efeitos da política monetária sobre as emissões de CO2. Além disso, a análise de cointegração sugere uma relação entre taxas de juros e emissão de longo prazo.

As análises estatísticas também sugerem que fatores externos são relevantes para entender as flutuações nas emissões de cada região. Uma grande fração das flutuações nas emissões domésticas de CO2 vem de fontes externas.

“As descobertas de nosso estudo sugerem que os esforços para reduzir as emissões podem se beneficiar de políticas coordenadas internacionalmente”, disse Faria. “Portanto, a principal receita política é aumentar a coordenação internacional e os esforços para reduzir as emissões de CO2. Percebemos que alcançar a coordenação não é uma tarefa fácil, apesar dos esforços internacionais para reduzir as emissões de carbono, como o Acordo de Paris. Nosso documento destaca os benefícios de políticas coordenadas. Esperamos que isso motive pesquisas futuras sobre como alcançar uma coordenação bem-sucedida.”

-FAU-

Sobre a Florida Atlantic University: A Florida Atlantic University, fundada em 1961, abriu oficialmente suas portas em 1964 como a quinta universidade pública da Flórida. Hoje, a Universidade atende a mais de 30.000 alunos de graduação e pós-graduação em seis campi localizados ao longo da costa sudeste da Flórida. Nos últimos anos, a universidade dobrou seus gastos com pesquisa e superou seus pares nas taxas de aproveitamento dos alunos. Pela coexistência de acesso e excelência, a FAU concretiza um modelo inovador em que desaparecem as tradicionais lacunas de realização. A FAU é designada como uma Instituição de Atendimento Hispânico, classificada como uma das Melhores Universidades Públicas pelo US News & World Report, e uma Instituição de Pesquisa de Alta Atividade pela Fundação Carnegie para o Avanço do Ensino. Para mais informações visite www.fau.edu.

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