Um artigo publicado na revista Cidades e Saúde aponta para mudanças importantes no ambiente construído que estimulam a atividade física em São Paulo, a maior cidade do Brasil e centro da maior região metropolitana do hemisfério sul.
O estudo longitudinal constatou que os aumentos mais significativos entre 2015 e 2020 foram no número de áreas de parques públicos com aparelhos de ginástica em academias ao ar livre e trilhas de ginástica (109%); ciclovias (67%); estações de trem e metrô e terminais de ônibus (15%); e instalações desportivas (12%). No entanto, o crescimento variou consideravelmente em diferentes partes da cidade, especialmente dependendo nível de renda.
em um Estudo longitudinalos sujeitos são observados durante um período de tempo relativamente longo para monitoramento contínuo de variáveis específicas, neste caso mudanças no ambiente construído relevantes para o tempo de lazer atividade física e viagens ativas. Os pesquisadores usaram dados de bibliotecas públicas online e de órgãos governamentais municipais e estaduais para medir o número de praças públicas, parques, instalações esportivas, clubes comunitários, academias ao ar livre, ciclovias, estações de trem e metrô, terminais de ônibus e unidades básicas de saúde em o censo. tratados
As áreas de baixa renda da cidade tiveram menos ciclovias e ciclovias (28,9 km) e foram menos beneficiadas com a criação de novas estruturas (24,2 km). No extremo oposto, as ciclovias aumentaram mais em termos absolutos nas áreas mais ricas (de 178,9 km para 294,4 km).
“Várias medidas práticas poderão ser implementadas com base nas nossas conclusões. O estudo mostrou claramente que os decisores políticos podem negligenciar questões de igualdade, mesmo tendo em conta a existência de diferentes critérios para definir a localização destas estruturas”, afirmou. Inaian Pignatti Teixeira, primeiro autor do artigo. A análise fez parte da pesquisa de pós-doutorado de Teixeira na Faculdade de Letras, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo (EACH-USP).
Segundo Alex Antonio Florindo, último autor do artigo e pesquisador principal do projeto, ele detectou lacunas importantes e mostrou que os equipamentos de lazer são totalmente insuficientes e mal distribuídos.
“O acesso a essas instalações deve ser melhorado, especialmente para os pobres que vivem nas periferias sul e leste da cidade. Políticas mais fortes são necessárias para implementá-las em áreas de baixa renda. Estudos epidemiológicos que quanto menor o nível socioeconômico e educacional da pessoa, menor a probabilidade dela praticar atividade física por lazer”, disse Florindo, que também lidera um projeto temático que envolve estudos longitudinais sobre atividade física e estado nutricional no município.
As praças também são mais prevalentes em bairros mais ricos, mas seu número está aumentando em áreas de baixa renda, assim como em clubes esportivos, terminais de ônibus e estações de trem e metrô, que podem levar a caminhar mais.
Essas estruturas facilitam a prática de atividade física, principalmente se estiverem localizadas a uma distância de até 500 m das residências das pessoas. “Descobrimos que o ambiente construído pode contribuir significativamente para o aumento da atividade física de lazer e como forma de mobilidade, como andar de bicicleta ou caminhar de e para o trabalho”, disse Florindo.
Os pesquisadores continuam analisando os dados e também detectaram a influência do ambiente em fatores como obesidade, depressão e doenças cardiovasculares.
Plano principal
As políticas e planos da cidade desempenham um papel importante na promoção da atividade física por meio de mudanças no ambiente urbano e nos sistemas de transporte. Descobrir se eles estão sendo implementados de forma eficaz ajuda os formuladores de políticas a planejar as melhorias necessárias. Os resultados deste estudo podem alimentar uma discussão sobre os efeitos das medidas tomadas e projetos futuros.
“As principais mudanças políticas começaram com a introdução do Plano Diretor, em 2014, que previa mais e mais bem distribuídas áreas verdes e outras facilidades. Isso aconteceu, como confirma nosso estudo”, disse Florindo.
No entanto, as melhorias foram insuficientes de várias perspectivas. “Segundo o Plano Diretor de São Paulo, a criação de novos parques deveria ter sido priorizada, mas nossos resultados apontam para um aumento de apenas 2%”, disse Teixeira.
O estudo foi longitudinal, um tipo de pesquisa crucial para analisar esses fenômenos. “Levantamentos longitudinais acompanham as mudanças ambientais ao longo do tempo e são necessários para inferir relações causais. Também são robustos porque excluem variações temporais e diferenças individuais”, disse Teixeira.
Existem muitos estudos sobre a influência do ambiente construído na atividade física, principalmente em bairros residenciais, como forma de lazer ou em relação ao deslocamento, acrescentou, mas a maioria é realizada em países de alta renda e têm um design transversal. em baixo e países de renda médiaEstudos longitudinais tendem a mostrar uma deficiência significativa no ambiente construído quando se trata de promover a atividade física.
Mais informação:
Inaian Pignatti Teixeira et al, Ambientes construídos para atividade física: uma análise descritiva longitudinal da cidade de São Paulo, Brasil, Cidades e Saúde (2022). DOI: 10.1080/23748834.2022.2127173
Citação: As instalações de lazer estão aumentando na maior cidade do Brasil, mas ainda estão principalmente em áreas de alta renda (24 de janeiro de 2023) Recuperado em 24 de janeiro de 2023 em https://phys.org/news/ 2023-01-leisure-facilities-brazil -maior-cidade.html
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