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Yanqing (China) (AFP) – O veterano olímpico Edson Bindilatti diz que é hora de a equipe brasileira de bobsleigh finalmente abandonar o apelido de ‘bananas congeladas’ e ganhar algum respeito no gelo nos Jogos de Inverno.
O piloto de 42 anos vai pilotar o bobsleigh brasileiro nas provas de dois e quatro homens nas Olimpíadas de Pequim.
Ele está competindo em seu quinto Jogos de Inverno, tendo feito sua estreia em Salt Lake City em 2002.
Naquela época, a equipe brasileira de bobsleigh era apelidada de “Frozen Bananas” por causa de seu trenó amarelo brilhante.
“Receber o apelido foi muito engraçado, não vimos isso como uma ofensa ou uma humilhação”, disse Bindilatti à AFP.
“Nosso trenó era amarelo e a banana é uma fruta típica brasileira.
“Nós levamos com muito bom humor porque era algo novo para todos.”
Bindilatti é um ex-decatleta que conquistou seis vezes o título nacional.
Mudou para o bobsleigh quando o presidente da Federação Brasileira de Esportes no Gelo pediu que ele se juntasse ao time para empurrar o bobsled.
Para ajudá-lo a entender o esporte, ele foi instruído a assistir ao filme de sucesso de 1993 ‘Cool Runnings’, a história contra as probabilidades da equipe jamaicana nos Jogos de Calgary de 1988.
Bindilatti logo foi fisgado e a história do bobsleigh brasileiro foi apresentada como uma versão real de Cool Runnings.
Nos Jogos de Salt Lake City, ele estava a bordo quando os quatro homens ‘Frozen Bananas’ terminaram em 27º e 25º, quatro anos depois nos Jogos de Turim.
Eles não conseguiram se classificar para os Jogos Olímpicos de Inverno de 2010 em Vancouver, mas com Bindilatti agora pilotando o bob, os brasileiros terminaram em 26º lugar nos Jogos de Sochi 2014.
Foi quando eles queriam acabar com o apelido de ‘Frozen Bananas’ com o bob brasileiro agora ostentando um visual preto mais elegante ao lado do amarelo, verde e azul da bandeira nacional.
Os renomados ‘Blue Birds’ brasileiros conquistaram sua melhor classificação de 23º no evento de dois homens nos Jogos de Pyeongchang 2018.
“À medida que evoluímos no esporte, nos tornamos mais competitivos, começamos a nos chamar de ‘Blue Birds'”, explica Bindilatti.
“Em 2002, foi a primeira vez que o Brasil participou do esporte, mas hoje as pessoas estão acostumadas a ver nosso bobsled em competições pelo mundo e esse primeiro apelido ficou uma boa lembrança.”
Para realizar seu sonho olímpico, Bindilatti quer terminar entre os 20 primeiros em pelo menos uma de suas duas provas no Yanqing National Sliding Center para provar que a Seleção Brasileira não é mais uma ‘banana congelada’ no gelo.
“As expectativas são altas. Queremos fazer um bom trabalho e chegar à final”, disse Bindilatti, com as baterias de bobsleigh de dois homens começando na segunda-feira.
O brasileiro de bobsled foi 26º no primeiro treino de sábado.
“Todos têm o direito de descer três vezes, mas apenas os 20 primeiros competem na quarta bateria”, acrescentou.
“Nosso objetivo é fazer os quatro.
“Mantemos os pés no chão, mas queremos alcançar um resultado histórico para o Brasil.”
© 2022 AFP