O Inter lidera o Brasileirão após seis rodadas. E muito obrigado a Thiago Galhardo. O meia-ofensivo assume o lugar de Paolo Guerrero e lidera a equipe no melhor sprint da competição desde 1979, ano do invicto tricampeonato. Não só pelos quatro golos que o tornam o melhor marcador do Nacional, mas também porque é uma peça-chave no funcionamento da equipa.
Galhardo também deu duas assistências e participou de seis dos dez gols do time em seis jogos até o momento. Mas sua atuação vai além do Campeonato Brasileiro.
Ele é o maior artilheiro do time nesta temporada, com nove gols, um a menos que Guerrero, e o líder em assistências, com seis. Ele contribuiu com 15 dos 40 gols do Inter em 2020.
Todas as figuras que mostram como ele se adaptou bem às ideias lúdicas de Eduardo Coudet. Mas o início não foi tão fácil e agradável assim. Galhardo estava prestes a desmaiar no primeiro treino que comandou no Inter.
Thiago Galhardo e Eduardo Coudet, na vitória do Inter sobre o Atlético-GO – Foto: Ricardo Duarte / Inter Divulgação
O episódio foi revelado pelo próprio treinador em entrevista ao ge e comentarista Paulo Vinícius Coelho, do PVC. (analise abaixo). Coudet falou sobre as dificuldades de adaptação ao futebol brasileiro e mencionou que as exigências físicas dos primeiros empregos pesaram muito até convencer seus atletas a “comprarem” suas ideias de um futebol agressivo e intenso.
– O começo é difícil porque você tem que convencer. E é por isso que o jogador começa a se sentir bem, a ter um resultado. Não acho muito bom até que o jogador se ajuste. No primeiro dia de treino aqui, Thiago Galhardo quase desmaiou. Mas é claro que ele se sente bem hoje – revelou o treinador.
> Confie na entrevista de Eduardo Coudet:
Idéias de Chacho: Coudet fala sobre estilo e inspirações para o líder do Inter
E Galhardo se sente bem, realmente. O próprio jogador falou do trabalho de Coudet após a vitória por 2 a 0 sobre o Botafogo. Segundo ele, o estilo de jogo e as ideias do treinador facilitam a sua vida e são fatores diretos da boa fase que vive.
– Não esperamos esses números. Até para os grandes jogadores da frente, o D’Alessandro, que é uma referência, o Guerrero. Eu aprendi muito aqui. Eu rapidamente assimilei o que Chacho estava pedindo. Isso me ajudou muito, não só no campo, mas fora dele. Estou muito feliz por poder ajudar com gols e assistências, mas é a força de um grupo – disse Galhardo.
Nesse processo de adaptação ao trabalho, Galhardo e Guerrero “compraram” a proposta de gol, com intensidade para roubar a bola perto do gol. Coudet diz que o mais difícil, aliás, foi plantar a ideia nos jogadores do sistema ofensivo.
– Recorra a uma frase de Guardiola: você tem que sofrer durante a semana para curtir no final de semana. Mas o mais difícil de convencer a recuperar a bola são os atacantes. A forma de convencer o atacante é que é melhor correr 10 metros do que correr 50 quando a bola está perdida. Esses 10 metros darão a você outra situação de gol quando você pegar a bola de volta. E os atacantes querem fazer gols. Eles são egoístas. E gosto que sejam egoístas – diz Coudet.
“Sinto que dei o meu coração ao convencer um avançado de 36 anos a empurrar. E o Paolo correu 10 quilómetros por jogo sob essa pressão. Mas do que gosta? De marcar” (Eduardo Coudet)
O Inter é o líder do Brasileirão com 12 pontos. O Colorado volta a campo na próxima quarta-feira, às 21h30, quando enfrenta o Palmeiras, em São Paulo, pela sétima rodada.
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