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Grandes reservatórios no sudeste do Brasil podem dobrar a vazão do rio se os reservatórios estiverem cheios, em comparação com reservatórios vazios, de acordo com um novo estudo publicado na revista. Energia, por pesquisadores do Instituto Internacional de Análise de Sistemas Aplicados (IIASA) e de várias universidades brasileiras.
“É amplamente aceito que o fluxo do rio afeta o nível dos reservatórios. Isso é verdade em uma escala semanal e mensal. No entanto, em uma escala anual, o nível do reservatório tem um efeito maior no fluxo do rio. No sudeste do Brasil”, diz o líder do estudo Julian Hunt , pesquisadora do Programa de Energia, Clima e Meio Ambiente do IIASA.
Essa descoberta aparentemente contra-intuitiva tem implicações importantes para a gestão de água e energia no Brasil, que está em meio a uma seca histórica e a crise de energia resultante em um país que obtém dois terços de sua energia de hidrelétricas.
O estudo sugere que manter os reservatórios em níveis baixos desde a seca de 2014 poderia ter exacerbado o problema e contribuído para a crise de água e energia que o Brasil enfrenta hoje.
“Na maior parte do mundo, é aceito que os reservatórios de hidrelétricas reduzem o fluxo dos rios abaixo das barragens. Porém, em locais onde os níveis de umidade estão próximos de 100%, as taxas de evaporação são pequenas. Porque o ar já está saturado de umidade”, explica Caçar. .
Em condições úmidas, como no sudeste do Brasil durante a estação chuvosa, a presença de um grande corpo d’água, um reservatório cheio, aumenta significativamente a possibilidade de precipitação.
No novo estudo, os pesquisadores analisaram a vazão do rio em oito reservatórios represados na região, maior produtora de energia hidrelétrica do Brasil. Eles estimaram o fluxo natural dos rios antes da construção das barragens em 1970 no fluxo atual de água, durante as estações chuvosa e seca. O objetivo era entender por que a vazão dos rios no sudeste do Brasil diminuiu 60% de um ano para o outro após 2014, as estratégias necessárias para encher os reservatórios e os níveis mínimos de água necessários para manter o sistema operacional.
Eles descobriram que no sudeste do Brasil, o impacto do nível do reservatório em outubro pode chegar a um aumento de 112% na vazão do rio.
Hunt e seus colegas descobriram que, para maximizar os recursos hídricos e energéticos, os menores reservatórios na cabeceira dos rios devem ser enchidos primeiro, seguidos pelos maiores. Eles também fornecem recomendações específicas para os níveis de armazenamento dos reservatórios e produção de energia hidrelétrica após os reservatórios serem enchidos, escrevendo que o nível médio dos reservatórios no final de outubro deve ser de 78% e as usinas hidrelétricas em cascata devem operar com um fator de capacidade de 50%. .
As secas no Brasil afetam não apenas o setor elétrico do país, mas também os preços mundiais dos alimentos. O país é o maior produtor de soja, açúcar e café. A seca afeta a produção de alimentos. Ao permitir o aumento dos reservatórios, dizem os pesquisadores, o Brasil poderia gerar mais energia hidrelétrica com as barragens existentes, reduzindo seus custos com eletricidade e CO.2 e aumentar a produção agrícola do país.
“Devemos perceber que gerenciar a água, a terra e outros recursos não é apenas uma forma de nos adaptarmos a um clima em mudança. Também pode afetar o próprio clima”, diz Hunt.
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Julian David Hunt et al, Crise de energia no Brasil: Impacto do nível do reservatório da hidrelétrica no fluxo do rio, Energia (2021). DOI: 10.1016 / j.energy.2021.121927
Citação: Armazenar mais água pode resolver a crise alimentar e energética do Brasil (21 de setembro de 2021) Recuperado em 22 de setembro de 2021 em https://phys.org/news/2021-09-brazil-energy-food-crisis. Html
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