Apesar do cessar-fogo, a capital regional de Nagorno Karabakh registra ataques a bomba novamente | Mundo

Por volta das 23h30, sete fortes explosões sacudiram todo o chão da cidade e sirenes de alerta convocaram a população a se proteger em porões e abrigos.

Os ataques ocorreram apesar do cessar-fogo acordado entre a Armênia e o Azerbaijão, que entrou em vigor ao meio-dia e foi negociado com a mediação da Rússia, após duas semanas de intensos combates pela região separatista de Nagorno Karabakh.

O cessar-fogo entrou em vigor ao meio-dia deste sábado (10), com o objetivo de encerrar duas semanas de combates intensos.

5 pontos para entender os confrontos entre Armênia e Azerbaijão

5 pontos para entender os confrontos entre Armênia e Azerbaijão

O chefe da diplomacia russa, Sergei Lavrov, disse em um comunicado que parâmetros específicos para a implementação do cessar-fogo seriam acordados posteriormente.

A região de Nagorno-Karabakh, localizada no Azerbaijão, tem 140.000 habitantes, 99% dos quais são armênios. Os confrontos entre separatistas e azeris começaram em 27 de setembro. Segundo relatos oficiais, o conflito deixou mais de 300 mortos.

Autoridades locais de Nagorno-Karabakh e Armênia acusam o Azerbaijão de alvejar civis durante conflitos, especialmente em Stepanakert, onde vivem quase 50.000 pessoas.

Conflito de Nagorno-Karabakh

Localizadas no Cáucaso, Armênia e Azerbaijão, as disputas territoriais são mais antigas que a criação da União Soviética em 1922: a URSS incorporou o território dos dois países em seus quase 70 anos de existência.

Mapa da República de Nagorno-Karabakh – Foto: Alexandre Mauro / G1

A região onde Nagorno-Karabakh está localizada hoje era habitada por armênios, principalmente cristãos, e azeris, que em sua maioria seguem o islamismo. Embora o Império Russo no século 19 e no início do século 20 tenha conseguido conter tensões étnicas no Cáucaso, não era incomum os dois grupos colidirem.

O Azerbaijão tenta retomar o controle da região, enquanto a Armênia quer manter o status de autonomia da área acordado desde os anos 1990 pelos países do Grupo de Minsk: Rússia, Estados Unidos e França.

Por um lado, os armênios afirmam que são a maioria étnica e, por autodeterminação dos povos, têm o direito de controlar o Nagorno-Karabakh. Por outro lado, os azerbaijanos entendem que também possuem aquela região como parte do território histórico do Azerbaijão.

As duas partes se acusaram mutuamente do início das hostilidades.

A Rússia atualmente tem uma aliança militar com os armênios, mas mantém boas relações com o governo azeri e não tem interesse em um conflito na região.

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