Antes da Bienal de Veneza, Jonathas de Andrade se une a Nara Roesler – ARTnews.com

Com a aproximação da Bienal de Veneza, Jonathas de Andrade, que representa o Brasil este ano na bienal, incorporou uma nova galeria. Saindo da Vermelho, passa a ser representado pela Galeria Nara Roesler, que tem espaços expositivos em São Paulo, Rio de Janeiro e Nova York. Ele continuará a trabalhar com Alexander e Bonin em Nova York e Galleria Continua, que possui sete locais ao redor do mundo, incluindo Itália, Paris e Pequim.

“É um exemplo único de artista contemporâneo que lida com todas as mídias (imagens em movimento, fotografia, reprodução, instalação) para unir, como ferramenta crítica, a arte contemporânea com a cultura popular”, Luis Pérez-Oramas, diretor artístico da galeria , disse em entrevista. “Isso tem um significado político muito alto hoje, não só no Brasil. O fracasso da modernidade —do projeto moderno— na maioria das nações latino-americanas tem a ver com o fato de que a modernidade foi pensada contra a cultura popular, como forma de superação da cultura popular”.

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O artista é talvez mais conhecido por seu filme de 2016. ou Peixe, que estreou na Bienal de São Paulo daquele ano e foi exibido em todo o mundo, inclusive no New Museum em Nova York e no NTU Center for Contemporary Art em Cingapura. Nela, de Andrade mostra um pescador brasileiro abraçando o peixe de forma carinhosa, quase ritualística, com a intenção de enfatizar as formas de cuidado.

Na Bienal, para seu Pavilhão do Brasil com curadoria de Jacopo Crivelli Visconti, de Andrade apresentará uma nova obra intitulada “Com o coração saindo pela boca”. O artista “considera as muitas expressões e idiomas populares brasileiros que se referem ao corpo humano para expressar sentimentos, comportamentos e formas de estar no mundo”, segundo nota à imprensa. A mostra terá como modelo uma feira de ciências da escola e incluirá um novo vídeo, esculturas e fotografia.

Pérez-Oramas disse: “A obra de Jonathas surge da nostalgia do modernismo em direção a uma crítica e desconstrução muito aguda do projeto moderno através da inserção, em sua obra, de vozes populares, comunidades, coletivos e cultura. O projeto que ele propõe para Veneza é absolutamente sobre isso”.

Além do Pavilhão do Brasil, este ano, de Andrade terá uma retrospectiva na Estação Pinacoteca de São Paulo, com curadoria de Ana Maria Maia, que será inaugurada no outono e atualmente é tema de uma exposição individual no Fotografiemuseum Amsterdam.

Fez grandes apresentações solo no Museu de Arte de São Paulo (em 2016), na Usina de Energia em Toronto (2017) e no Museu de Arte Contemporânea de Chicago (2019). Seu trabalho foi incluído em várias edições da Bienal de São Paulo, bem como na Bienal de Gwangju 2014, na edição 2015 da Performa, na Bienal Sharjah 2017 e na Bienal Istambul 2019.

Pérez-Oramas acrescentou: “Ele é um artista que coleciona memórias, ou acontecimentos memoráveis, ruínas, restos ou vestígios, e os remodela de tal forma que se depara com a linguagem da arte contemporânea com esse massivo conhecimento espontâneo e coletivo. que podem ser gerados a partir da cultura popular. Ele está realmente na vanguarda de uma das tarefas mais urgentes para a arte hoje.”

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