O Cruzeiro inicia uma nova era. A quarta do ano, desta vez nas mãos do Felipão. Ele tem história, tem qualidade, acumula títulos, mas, de longe, viu a magnitude do trabalho que terá a partir de segunda-feira, quando comandará efetivamente o primeiro treino.
A primeira parte da partida contra o Juventude deu uma amostra quase perfeita do que Felipão encontrará em Belo Horizonte. Nos primeiros 45 minutos, o Cruzeiro teve erros que se repetiram ao longo do ano, com Adilson Batista, Enderson Moreira e Ney Franco.
Começando na saída, que é muito lenta. A bola gira muito entre os flancos e os defensores. Os adversários são muito fáceis de marcar, além de ter que parar de jogar. Encontrar espaço entre as linhas de cruzeiro é fácil desde o início do ano. Naquela sexta-feira, no primeiro tempo, também foi.
As chegadas que incomodaram Marcelo Carné no primeiro tempo não chegaram nem nas apresentações. Jadsom, em uma bola adiantada, foi interrompido pelo goleiro, e Maurício arriscou em um cruzamento, que mais pareceu um cruzamento para Sassá do que um chute.
Cruzeiro antes de duelo com o Juventude – Foto: Gustavo Aleixo / Cruzeiro
O setor criativo praticamente não existia. O Jadsom participou bem, vindo de trás, mas o Maurício e o Régis ainda são muito pobres. Dar regularidade a este par era algo que nenhum técnico havia conseguido, até agora. Giovanni Piccolomo estará disponível em breve e será mais uma opção para o setor.
O segundo tempo foi muito melhor, principalmente no segundo tempo. A marca Juventude já deu mais espaço, principalmente nas pontas. O Daniel Guedes apareceu mais, assim como o Airton. Maurício e Régis erraram. Não foi uma atuação brilhante, mas a equipe teve um número considerável de chances claras, sempre vindas das laterais, seja na bola que rola ou nos cantos. Marcelo Carné estava em uma noite inspirada.
Cruzeiro x Juventude – Foto: Bruno Haddad / Cruzeiro
O positivo para o Felipão neste jogo, além da melhora no segundo tempo, é a dedicação do grupo e as boas atuações dos jovens. Não há como negar que a equipe lutou mais, lutou mais. E o time do Felipão tem essa característica. Entre os jovens, parte importante do elenco atual, destacam-se Rafael Luiz, Jadsom e até Welinton. Trocado por Enderson na reta final da obra, reinstalado (mas nunca usado) por Ney, o atacante entrou bem e mostrou que pode ser uma boa alternativa de velocidade, que o Cruzeiro costuma falhar.
Felipão chega com o status de “salvador do país”. A sua missão é inédita e quase impossível, não só pela situação à mesa, mas por tudo o que envolve esta vice-lanterna. A equipa encontra-se nesta condição porque apresentou futebol em zona de despromoção na Série B na maioria das 17 jornadas.