Agência ambiental brasileira frustra plano da Petrobras de perfurar na foz do Amazonas

BRASÍLIA, 20 de março (Reuters) – O órgão regulador ambiental do Brasil, o Ibama, pediu à petroleira Petrobras (PETR4.SA) informações adicionais sobre seu plano de perfurar na foz do rio Amazonas antes de autorizar a Petrobras a testar sua resposta de emergência a derramamentos de óleo, o agência disse. O presidente Rodrigo Agostinho disse à Reuters.

O pedido frustrou as esperanças da Petrobras de iniciar os testes de perfuração nesta semana, disse uma fonte próxima à empresa na segunda-feira. O Ibama não marcou a data do teste porque a Petrobras não forneceu todos os documentos necessários, mas será agendado assim que a empresa fornecer as informações, disse Agostinho.

A Petrobas considera a foz do Amazonas a mais nova e importante fronteira para a exploração de petróleo no Brasil e a empresa planejou o teste para avaliar sua resposta em caso de um grande vazamento.

A empresa, que não quis comentar para esta reportagem, trabalha há anos para abrir uma nova fronteira de exploração em uma região próxima à Guiana, onde a Exxon Mobil Grandes descobertas foram feitas e numerosos poços foram perfurados.

A área foi leiloada em 2013 e a Petrobras planeja explorá-la há anos, depois que a BP (BP.L) e a TotalEnergies (TTEF.PA) abriram mão de seus ativos, mesmo depois de investir em estudos e dificuldades para obter licenças de perfuração.

A região de Foz tem geologia pouco conhecida e a Petrobras já investiu R$ 290 milhões (US$ 55 milhões) nos custos de preparação para o teste de derramamento.

Mas o Ibama considera a área, conhecida em português como Foz do Amazonas, como ambientalmente sensível e uma decisão sobre o plano de perfuração não pode ser baseada em interesses e prazos comerciais, disse Agostinho em entrevista.

“Obviamente, esta é uma região muito sensível e o Ibama a trata como de alta prioridade, então não há uma decisão sobre uma licença ou quando ela pode vir”, disse Agostinho.

Ele disse que o governo anterior “não fez um diagnóstico técnico de toda a região, o que deveria ter sido feito, e isso dificulta o diagnóstico da situação”.

Agostinho negou que a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, tenha interrompido o plano de perfuração.

Silva disse que a exploração na Foz do Amazonas é “muito impressionante” e deveria ter uma avaliação ambiental “estratégica”.

(US$ 1 = 5,2408 reais)

Reportagem de Lisandra Paraguassu e Marta Nogueira; Editado por Chizu Nomiyama e Josie Kao

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