Já estávamos prevendo que 2020 seria o ano em que a área de tecnologia teria um marco importante. No entanto, mal sabíamos que o mundo iria virar de cabeça para baixo e que em todos os cantos o tema seria a pandemia de coronavírus. Não, não esperávamos isso, mas o imprevisível aconteceu e, sem dúvida, acelerou um processo que já estava acontecendo pouco a pouco no Brasil, mas ainda era um tanto futurista: a transformação digital.
Durante a noite, a transformação digital não é mais o assunto de aulas, palestras, revistas e artigos para ser algo real. Uma questão de vida ou morte e que as empresas precisavam eliminar o trabalho tardio para incluir suas prioridades. De repente, com o aumento repentino de novas pessoas infectadas com o Covid-19 no país, a curva de pessoas que trabalhavam remotamente também cresceu exponencialmente.
Eu nunca vi tantas mudanças tecnológicas em pouco tempo. Quando o isolamento social se tornou a norma, a tecnologia se tornou uma questão essencial para a sobrevivência. Todos foram forçados a deixar a zona de conforto e pensar mais estrategicamente para que a roda da economia continuasse girando. Pessoas de todas as idades, crianças, jovens e velhas, tiveram que entrar em uma adaptação forçada. E o que ganhamos com isso? Uma sociedade mais digital, sem dúvida.
O teletrabalho estava na agenda corporativa por cerca de uma década, avançando em passos muito curtos. Agora, todos os setores que conseguem manter seus funcionários em casa para evitar a propagação do vírus, apostam e racionalizam as ferramentas tecnológicas para manter os negócios digitalmente.
As escolas precisavam agir rapidamente, uma vez que a grande maioria das instituições não trabalhava com metodologia ou plataformas para ensinar remotamente. O que vimos foram professores comprometidos e dispostos a manter seus alunos estudando. Agora, as aulas em vídeo acontecem diariamente em várias escolas, além dos materiais digitais enviados pelos professores.
Religiosos de todo o mundo, que viram suas igrejas subitamente vazias, começaram a transmitir seus serviços nas mídias sociais. A intenção era chegar à casa daquelas pessoas que tinham templos como sinal de esperança.
E por falar em mídias sociais, não podemos mencionar os programas on-line que apareceram timidamente por alguns cantores para manter as pessoas em casa e que agora já existe uma agenda cheia e com grandes artistas.
Estamos no processo de aprendizado.
É notável que neste momento de crise, estamos aprendendo muito. Tornamo-nos mais estratégicos, mais práticos e temos mais tempo para passar com nossa família. Os pais, que muitas vezes estavam ausentes, entenderam a importância do professor e os filhos buscam ajuda dos pais para manter suas rotinas.
Além disso, as empresas já estão percebendo que muitas reuniões são desnecessárias, que problemas podem ser resolvidos por mensagem, email, WhatsApp e que não precisamos trabalhar todos os dias para dizer que estamos trabalhando. Em muitos casos, o escritório em casa é extremamente eficaz e estamos realizando esse teste diariamente, o que também nos faz perceber que a maneira como trabalhamos mudará a partir de agora. Podemos ganhar por produtividade e não por hora como é hoje.
E isso não é tudo! Este tempo de transformação também está despertando o melhor de nós como seres humanos: solidariedade. Estamos usando a tecnologia para reunir pessoas que desejam ajudar entidades, comunidades carentes e pessoas que perderam o emprego.
Quando vejo esse movimento, surge uma pergunta: por que não fizemos tudo isso antes? Talvez estivéssemos apenas pensando no futuro, sem perceber que ele já estava batendo na nossa porta. Agora, finalmente estamos olhando para a tecnologia e aproveitando tudo o que ela pode nos oferecer.
O mundo pós-pandemia será bem diferente, pois teremos uma sociedade mais digital, mais empresas equipadas com tecnologia, escritórios domésticos muito mais estabelecidos, escolas relacionadas a metodologias remotas e entretenimento oferecidos de várias maneiras e em vários canais.
A transformação digital chegou e está em nosso presente mais ativa do que nunca. Está transformando a maneira como agimos, nos relacionamos e vemos o mundo. Através dele, também estamos mudando como seres humanos. E em tempos de crise, isso é muito bom!