Moscou foi a primeira a anunciar a notícia: o presidente russo, Vladimir Putin, conversou por telefone com a chanceler alemã, Angela Merkel, para cooperar na luta contra a pandemia do coronavírus. “Possíveis perspectivas de co-produção de vacinas” foram as mais afetadas, disse o Kremlin. Pouco depois, a mídia alemã noticiou sobre isso. Um porta-voz do governo alemão disse ontem (6 de janeiro) que a chanceler havia sido aberta sobre o uso de instalações europeias para produzir a vacina russa.
Problemas com a segunda dose na Rússia.
Esta questão foi discutida em dezembro pelos Ministros da Saúde da Alemanha e da Rússia, Jens Spahn e Mikhail Murashko. Os dois ministros concordaram que especialistas de ambos os lados iniciariam conversas sobre o assunto, com o objetivo de “encontrar instalações para a produção conjunta da vacina russa”. O Kremlin afirma que Merkel e Putin concordaram que os ministérios da saúde dos dois países e outras instituições responsáveis continuem as negociações sobre o assunto.
A Rússia foi o primeiro país do mundo a usar uma vacina contra o coronavírus em agosto do ano passado, sem esperar o fim da última fase clínica dos testes. As vacinas contra o Sputnik V começaram no início de dezembro. Na Rússia, entretanto, não há capacidade suficiente para produzir rapidamente grandes quantidades da vacina. Para fins de imunização com o Sputnik V, são necessárias duas doses por pessoa, de composição diferente, e a mídia russa relata que o país está lutando para produzir vacinas suficientes para a segunda dose.
Cerca de 800.000 pessoas foram vacinadas na Rússia em um mês. Moscou pretende exportar sua vacina para outros países do mundo, mas precisa urgentemente de cooperação na produção. Por exemplo, o Sputnik V está planejado para ser produzido na Índia no futuro.
Uma combinação do Sputnik V e da vacina Astra Zeneca?
Enquanto isso, o Fundo Estadual de Investimento Direto (RFDI) da Rússia, encarregado de vender o Sputnik V no exterior, já buscou cooperação com o fabricante britânico Astra Zeneca: foi alcançado um acordo para testar uma combinação dos duas vacinas. O estudo analisará se a imunidade aumenta se uma vacina for usada na primeira imunização e outra na segunda.
Atualmente, há escassez de vacinas na Alemanha e em toda a UE, mas não se pode esperar que a Rússia ajude nesse sentido, já que a vacina russa não foi aprovada pela Agência Europeia de Medicamentos (EMA). Até agora, os russos não solicitaram nada.
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