A primeira dentista de Beaumont reconta o milênio em uma remota vila brasileira

Judith Cobbett escolheu a odontologia para poder viajar e experimentar a vida ao máximo. Antes de abrir seu consultório em Beaumont, ele já havia viajado pelo mundo, dos Alpes italianos às pirâmides egípcias e muito mais.

Mas ela não praticava apenas em Beaumont. Em 1999, Judith e seu então sócio, Dean Tucker, foram para uma cidade no Brasil, uma experiência que ela chama de o lugar mais emocionante que ela já praticou odontologia.

“Já tinha ouvido falar desse lugar na Amazônia e queria ir lá no ano 2000″, disse. “A cada dia não sabíamos como iríamos chegar lá. Percorremos todos os tipos de estradas. Percebi que para onde iríamos era no meio da selva, quero dizer, bem fundo. Foi uma jornada espiritual.”

Um explorador espiritual, Sebastio Mota de Melo, fundou a comunidade Céu do Mapiá em 1983. A comunidade de 700 pessoas está localizada na Floresta Nacional do Purus e abriga uma filial da religião do Santo Daime. Cobbett disse que o governo brasileiro deu a Mota de Melo 50.000 acres em agradecimento pelo que ele estava fazendo.

“Eles usam ayahuasca, que é uma bebida que leva você a experiências espirituais profundas”, disse ele. “Foi um passeio de canoa de 10 horas para chegar lá, e a canoa tinha um pauzinho saindo da parte de trás com uma pequena hélice.


“Foi assim que fizemos durante 10 horas rio acima indo para esta cidade. Quando chegamos lá, estava chovendo. Eu não sabia para onde ir porque nosso guia havia pegado um barco diferente.”

Finalmente, Cobbett e Tucker foram levados para um barraco perto da igreja.

“(A igreja) era enorme”, disse Cobbett. “Os homens estavam de um lado, as mulheres do outro, e dançavam, cantavam e oravam às vezes por 12 horas seguidas.

“Você subia em uma janelinha se quisesse beber ayahuasca, e eles cantavam e rezavam, cantavam e rezavam por tantas horas seguidas. Eu fiz alguns dos (serviços). Alguns deles ficaram na minha cabine e eu pude ouvir o canto”.

A cidade tinha uma pequena clínica com um médico. Cobbett disse que trouxe seus instrumentos dentários para lá por capricho.

“Era tão isolado lá embaixo. Eu apenas senti que eles poderiam precisar de mim”, disse Cobbett. “Não havia eletricidade, não havia como usar uma furadeira. Ele podia (tratar) pessoas que tinham fortes dores de dente e precisavam de extrações.”

O casal ficou um mês e viu na véspera do milênio. A comunidade Moto de Melo atraiu pessoas da Alemanha, França e Suíça para a grande festa.

“Então foi isso que escolhemos fazer também”, disse Cobbett. “Acredite ou não, todos esses convidados que vieram no ano 2000 trouxeram flores. Dean queria casar lá e me levou um vestido de noiva até o Brasil.

“(Os aldeões) me cobriram com lenços e todo esse tipo de coisa; eles sentiram que não era modesto o suficiente. Eles decidiram que se casariam conosco pouco antes do início da celebração da meia-noite.”

Quando chegou a hora de partir, Cobbett foi mordido na perna por um inseto.

“O médico não queria que eu fosse embora, mas eu disse a ele que não, que tenho que ir para casa, que tenho pacientes esperando por mim”, disse ele. “Saí na canoa como cheguei. Tive que remar com a perna apoiada”.

Cobbett não é do tipo que mantém os pés para cima por muito tempo, e ele voltou para sua prática com outra série de histórias em seu currículo.

Andy Coughlan é redator freelancer para The Enterprise.

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