A inflação brasileira em junho atinge uma baixa recorde; Antecipam queda dos juros em agosto — MercoPress

A inflação brasileira em junho atinge uma baixa recorde; queda esperada da taxa de juros em agosto

Quarta-feira, 12 de julho de 2023 – 20:39 UTC


A taxa de inflação anual está agora abaixo da meta do banco de 3,25% para este ano, enquanto as medidas de núcleo da inflação também caíram para o mês.
A taxa de inflação anual está agora abaixo da meta do banco de 3,25% para este ano, enquanto as medidas de núcleo da inflação também caíram para o mês.

A inflação anual do Brasil publicada na terça-feira mostrou que os preços ao consumidor subiram 3,16% em relação ao ano anterior, ante 3,94% em maio. Isso significa que a inflação anual caiu de um pico de 12,13% em 2022, abrindo caminho para o banco central começar a cortar as taxas de juros em sua próxima reunião.

Isso deve ajudar a acalmar o presidente brasileiro Lula da Silva, que prometeu gerar crescimento e prosperidade em seu terceiro mandato e ficou furioso com o banco central independente por sua política de dinheiro caro e autônomo. Desde que voltou ao poder em janeiro, Lula da Silva tem clamado por taxas de juros mais baixas.

A taxa de inflação anual está agora abaixo da meta do banco de 3,25% para este ano, enquanto as medidas de núcleo da inflação também caíram para o mês.

“Uma leve deflação nas manchetes, alimentada pela queda nos custos de alimentos e transporte, empurrou a taxa anual abaixo da meta pela primeira vez em quase três anos. Em nossa opinião, os dados de junho inclinam a balança para um corte de juros em agosto”, disse Adriana Dupita, economista brasileira.

Apesar dos sinais de que sua estratégia está dando certo, os membros do conselho do banco central permaneceram cautelosos em sua última reunião em junho, mantendo a Selic na máxima de seis anos de 13,75% pela sétima reunião consecutiva.

A inflação está diminuindo na América Latina, onde os banqueiros centrais agiram agressivamente para conter os preços após a pandemia. O Brasil, no entanto, é a única grande economia da região a ver os preços ao consumidor subirem menos do que sua meta anual.

Em junho, os preços de alimentos e bebidas caíram 0,66% – liderados pela queda nos preços das commodities e um real mais forte – e os custos de transporte caíram 0,41%. Ambos foram os principais impulsionadores da queda mensal dos preços. Enquanto isso, os custos com educação aumentaram 0,06% e as despesas pessoais aumentaram 0,36%.

Mesmo que a inflação deva acelerar novamente nos próximos meses, é cada vez mais difícil manter os custos dos empréstimos estáveis. O crédito está acabando para brasileiros e empresas comuns, a demanda está caindo e Lula e sua equipe atacam o chefe do Banco Central, Roberto Campos Neto, quase diariamente.

“A inflação está caindo e logo os juros vão começar a cair porque o presidente do Banco Central é teimoso, mas não tem mais explicações”, disse Lula na divulgação dos dados.

Analistas apontaram para leituras de inflação elevadas que eliminam itens voláteis como alimentos e combustível para explicar a relutância do banco central em começar a flexibilizar. A leitura de terça-feira mostrou a inflação ano a ano desacelerando para a maioria dos grupos de preços monitorados pela agência oficial de estatísticas.

“As pressões de preços parecem ter diminuído consideravelmente”, escreveu William Jackson, economista-chefe de mercados emergentes da Capital Economics, em uma nota de pesquisa publicada após o relatório. “Os dados de hoje selarão o acordo sobre um corte na taxa de juros na próxima reunião do banco central.”

No longo prazo, a política monetária brasileira pode caminhar para um futuro menos restritivo. Na semana passada, o Senado aprovou dois dos indicados de Lula, Gabriel Galipolo e Ailton Aquino, para a diretoria de nove membros do banco central.

Galipolo, ex-número 2 do Ministério da Fazenda, é visto por muitos observadores políticos como o próximo chefe do banco central de Lula quando o mandato de Campos Neto terminar no final de 2024. Os críticos dizem que ele se concentrará menos em reduzir a inflação e mais em seguir a agenda do esquerdista Presidente.

Por sua vez, Galipolo rejeitou essa avaliação, dizendo que sua missão será amenizar as tensões entre o banco e o presidente. “Meu papel é estabelecer diálogo e construir pontes”, disse Galipolo. Folha de São Paulo.

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