A partir desta segunda-feira (3), a gasolina vendida no Brasil deve seguir novas especificações. Com a notícia, especialistas dizem que o combustível ganhou em qualidade, e está mais próximo do padrão europeu, embora isso possa pesar mais no bolso ao preenchê-lo.
As alterações se aplicam ao tipo C (comum) e à gasolina premium, conforme indicado pelos fabricantes de carros esportivos. A Petrobras, responsável pela produção de aproximadamente 90% da gasolina vendida no Brasil, diz que já segue os novos parâmetros, incluindo o padrão que só entrará em vigor em 2022.
ELE G1 Ele entrevistou especialistas e profissionais da Agência Nacional do Petróleo (ANP) e da Petrobras e traz uma série de perguntas e respostas sobre o assunto:
- O que mudou na gasolina?
- Como sei se estou enchendo a gasolina nova?
- Meu carro ficará mais barato?
- Vou gastar mais para alimentar o carro?
- Os carros mais antigos também serão beneficiados?
- Será mais difícil alterar a gasolina?
- Quanto tempo as estações podem vender gasolina “velha”?
- Haverá mudanças na porcentagem de etanol?
- Como é a gasolina premium?
1. O que mudou na gasolina?
Existem 3 novos recursos nos parâmetros da gasolina. Um é o requisito para uma gravidade específica mínima.
Gravidade específica, ou densidade, é a quantidade de uma substância em um determinado volume. Para a gasolina, o padrão mínimo é 715 kg / m³. Isso significa que cada litro de gasolina deve pesar pelo menos 715 gramas. Antes, não havia indicador.
Segundo Everton Lopes, mentor em tecnologia de energia da SAE Brasil (Society of Mobility Engineers),
“Quando a massa específica é muito baixa, há menos conteúdo de energia por litro, aumentando o consumo”.
A segunda novidade é a mudança no método de contagem da gasolina octanagem.
Octano é o nível de resistência à compressão da gasolina no motor. Quando a mistura de gasolina e ar entra na câmara de combustão, o pistão faz um movimento de compressão, até que a faísca libere uma faísca que promove a explosão.
“Tínhamos um padrão semelhante ao dos Estados Unidos. Medimos o IAD (índice antidetonante), que é a média entre o MON e o RON ”, afirmou Alex Rodrigues Medeiros, especialista em regulamentação da ANP.
O DIA necessário para a gasolina brasileira foi de 87 octanas. Agora, de acordo com as novas regras, a gasolina deve ter 92 octanas, de acordo com a metodologia RON. A partir de 2022, o RON necessário aumenta um pouco mais, atingindo 93 octanas.
O padrão RON é usado mais na Europa, mais adequado para motores modernos.
“Quanto maior a quantidade de octanagem, mais forte o combustível queima e mais próximo do melhor nível de eficiência”, diz Lopes.
Por fim, a ANP também introduziu uma temperatura mínima de 77 ° C para a destilação de 50% da gasolina. Antes, havia apenas um teto para destilação, a 80 ° C.
“A destilação garante boa capacidade de dirigir, para que o combustível seja volátil o suficiente no início a frio para produzir combustão”, disse Medeiros.
2. Como sei se estou enchendo a gasolina nova?
“Hoje, existe uma resolução que diz que os consumidores podem solicitar testes de qualidade às estações de serviço. Um é o da massa específica. Se, por acaso, você perguntar, poderá ver se está acima de 715 kg / m³ ”, afirmou Alex Medeiros, da ANP.
Com o teste, o consumidor pode ver se um dos critérios é atendido.
No entanto, a Petrobras diz que já entrega o novo combustível aos postos de serviço do país. A empresa é responsável por aproximadamente 90% da produção de gasolina no Brasil.
“Esta gasolina está disponível há muitos meses. Desde o início do ano, a Petrobras vem adaptando suas refinarias e distribuidores “, afirmou Rogério Gonçalves, especialista em novos produtos da Petrobras.
A empresa ainda disse que já atende ao requisito de 93 octanas no padrão RON, que não entrará em vigor até 2022.
3. Meu carro ficará mais barato?
“No consumo, todos sentirão, em maior ou menor grau”, afirmou Gonçalves, da Petrobras.
No entanto, o índice de economia de combustível não é um consenso entre os especialistas e varia de 3% a 6%.
O novo padrão para a gasolina brasileira torna os carros mais baratos, otimizando a queima de combustível. “Devemos observar uma menor ocorrência de alfinete ou ignição precoce”, disse Medeiros.
“Antes, havia gasolina leve e volátil. Ao adicionar etanol, houve um produto de baixa energia, com poucas substâncias que forneceriam a energia necessária no motor. ” Nesse caso, era necessário mais combustível para o carro funcionar bem.
4. Vou gastar mais para alimentar meu carro?
Sim. No final de junho, a diretora de refino e gás natural da Petrobras, Anelise Lara, disse que um litro de gasolina teria tendência a ser mais caro com as novas especificações derivadas.
No entanto, a empresa não disse qual deveria ser a diferença de preço. Nesse caso, também é necessário considerar que a Petrobras já está fornecendo a nova gasolina para os distribuidores.
Finalmente, embora o motorista pague mais por combustível, o veículo percorrerá mais quilômetros com um litro de gasolina.
Em nota, a Petrobras afirmou que “o aumento de rendimento de 5%, em média, proporcionado pela nova gasolina compensará uma possível diferença no preço da gasolina” e que “o preço do combustível é definido pelo preço na gasolina”. mercado internacional e outras variáveis ”.
A companhia petrolífera também afirmou que “é responsável por apenas 30% do preço final da gasolina nos postos de gasolina”.
5. Os carros mais antigos também serão beneficiados?
Sim. Embora a nova gasolina tenha sido projetada para motores modernos, com injeção direta, por exemplo, os motores mais antigos também se beneficiarão da melhor qualidade do combustível.
“Fizemos testes com veículos de injeção direta e injeção multiponto. No consumo, todos sentirão, em maior ou menor grau “, afirmou o engenheiro da Petrobras.
6. Será mais difícil alterar a gasolina?
De acordo com especialistas, sim.
“A nova especificação dificulta a manipulação. Normalmente, são utilizados solventes leves com baixa gravidade específica. Agora, como existe um padrão mínimo, impede que esses produtos leves sejam colocados “, afirmou Medeiros.
O especialista da ANP também afirma que, à medida que os solventes se tornam mais densos, o preço também aumenta, tornando a adulteração menos lucrativa.
A própria ANP afirma que menos de 2% das amostras coletadas são combustíveis adulterados. Nesses casos, a maioria das irregularidades está na quantidade de etanol, com 57%.
Além disso, a inspeção será mais fácil. “Com o parâmetro específico de massa, a ANP pode medir a densidade na própria estação”, conclui Medeiros.
7. Por quanto tempo as estações podem vender gasolina “velha”?
De acordo com a resolução da ANP, a gasolina com as especificações acima ainda pode ser entregue às distribuidoras até 3 de outubro e nas estações de serviço até 3 de novembro.
Ainda assim, a Petrobras diz que já está produzindo e entregando a nova gasolina.
8. Haverá mudanças na porcentagem de etanol?
Não. A proporção de etanol anidro (sem água) na gasolina permanecerá inalterada, a 27% na gasolina C (comum e aditiva).
9. Como é a gasolina premium?
A gasolina comum continuará abaixo combustível premium, que passará de 91 octanas, no padrão RON, para 97. Esse tipo de combustível especial, além de mais caro, geralmente é recomendado pelos fabricantes de carros esportivos, que desenvolvem seus motores para obter uma classificação mais alta de octanas.
Além do maior número de octanas, a gasolina premium também apresenta um índice de etanol anidro 25% mais baixo.
A gasolina com aditivos, como o nome indica, um combustível comum, mais aditivos, seguirá o mesmo padrão de alterações que a gasolina do tipo C.
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