A foto mais próxima já tirada do Sol cria um novo “mistério”; Vejo

As imagens mais próximas do Sol já feitas por uma sonda foram divulgadas nesta quinta-feira (16) pela ESA (Agência Espacial Européia) e pela NASA. As fotos de alta resolução foram tiradas pelo recém-lançado Solar Orbiter, uma missão conjunta das agências, e revelam detalhes sem precedentes da superfície solar.

O veículo estava a apenas 77 milhões de km do Sol, cerca da metade da distância da Terra à estrela. Nunca antes uma espaçonave chegou tão perto da estrela.

A sonda enviou às agências fotos de misteriosas pequenas explosões solares perto da superfície de nossa estrela. Os cientistas por trás da missão chamaram essas chamas de “fogueiras”, porque são milhões a bilhões de vezes menores que as explosões maciças e energéticas que emergem periodicamente do Sol.

A descoberta é a primeira do Solar Orbiter, lançada em 9 de fevereiro na Flórida, e intriga os pesquisadores, pois ainda não está claro o que causa essas “fogueiras”.

A sonda solar Orbiter vê 'fogueiras' no sol; Os locais das fogueiras são mostrados com setas brancas - Press Release / NASA - Press Release / NASA

A sonda solar Orbiter vê ‘fogueiras’ no sol; Os locais da fogueira são mostrados com setas brancas.

Imagem: Divulgação / NASA

“O mais interessante é que eles parecem estar acontecendo em todos os lugares do Sol o tempo todo”, diz Daniel Müller, cientista de projetos da ESA para a missão Solar Orbiter, em entrevista ao “The Verge”.

As explosões solares típicas geralmente ocorrem quando manchas solares escuras aparecem na superfície da estrela, fazendo com que partes do campo magnético do Sol se torçam. Isso faz com que o campo magnético próximo à mancha solar se quebre, liberando uma grande explosão de partículas altamente energéticas saindo do sol.

Os cientistas ainda não sabem se as fogueiras são “nanochamas”, versões menores dessas explosões maiores ou se estão sendo causadas por algum outro mecanismo de reação de fusão nuclear que ocorre no Sol. Nanochamas são pequenas faíscas usadas para aqueça a coroa do Sol, sua camada mais externa. Eles atingem temperaturas acima de um milhão de graus Celsius.

Essas “fogueiras” não parecem seguir a mesma dinâmica, segundo os cientistas. “Realmente acontece em uma área onde não há manchas solares, nada incomum, mas está aparecendo em todo lugar”, diz Müller.

Apesar de décadas de estudo, os astrônomos ainda não entendem completamente os mecanismos que aquecem essa camada mais externa do Sol. Portanto, as descobertas do Solar Orbiter são consideradas vitais para o estudo da física solar.

“Estamos muito empolgados com essas primeiras imagens, mas este é apenas o começo”, disse Müller ao “The Independent”. Segundo ele, o Solar Orbiter fará um “ótimo passeio” pelo Sistema Solar interno e ficará muito perto do Sol em menos de dois anos.

Espera-se que o Orbiter Solar atinja 42 milhões de quilômetros, ainda mais perto do Sol que Mercúrio, o planeta com a menor distância da estrela em todo o Sistema Solar.

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