Menos de dez dias após a revisão da expansão deste ano do Produto Interno Bruto (PIB) para 2,1%, ocorrida em 11 de março, o governo deve reduzir a projeção de crescimento econômico para zero, devido aos efeitos do pandemia de coronavírus.
A nova previsão será divulgada nesta sexta-feira 20, através do relatório de receitas e despesas do orçamento 2020. Na semana passada, o mercado estimou um aumento de 1,68% para o PIB deste ano, de acordo com uma pesquisa da Banco Central e lançado na segunda-feira.
O secretário especial de finanças do Ministério da Economia, Waldery Rodrigues, afirmou, no entanto, que “várias projeções” dos analistas já indicam um percentual entre zero e 0,5% para o PIB de 2020. Anteriormente, o secretário do Tesouro, Mansueto Almeida, Ele disse à rádio CBN que a maioria das estimativas de mercado para o PIB foi reduzida a zero. Ele disse acreditar que o governo estaria próximo do mercado, entre zero e 0,5%. Mas é a Secretaria de Política Econômica (SPE), sob o comando de Adolfo Sachsida, a área responsável pela revisão da projeção.
Recessão global
Diante da paralisia das atividades econômicas devido à pandemia de coronavírus, bancos e consultorias já estão considerando a possibilidade de uma recessão global neste ano. O JP Morgan previu um PIB global de -1,1% em 2020 na quarta-feira, além de uma recessão de 1,5% nos Estados Unidos. Se esse cenário for confirmado, será o pior resultado da economia mundial desde 2009, quando recuou 1,7%.
O Wells Fargo, o quarto maior banco dos EUA, ainda projeta crescimento para a economia mundial, mas revisou seu número para 1%.
A consultoria brasileira MB Associados estima um aumento de 1,7%. “Um PIB global abaixo de 3%, em geral, já é considerado recessivo. Menos de 2,5% causam muita preocupação “, diz Sergio Vale, economista-chefe da MB.
Os dados divulgados esta semana por Pequim reforçaram a teoria de que a economia mundial desacelerará acentuadamente devido ao coronavírus. Responsável por aproximadamente 20% do PIB mundial, a China informou que sua produção industrial caiu 13,5% nos dois primeiros meses em comparação com o mesmo período de 2019 (primeira retração em 30 anos) e que as vendas no varejo caíram 20,5%. do jornal O Estado de S. Paulo.