Após uma investigação com o antimalárico Plaquenil, o grupo Sanofi anunciou nesta quarta-feira (18) que poderia disponibilizar milhões de doses do antimalárico Plaquenil (cloroquina no Brasil) imediatamente.
Segundo a empresa, o volume oferecido poderia tratar 300.000 casos de pacientes com o novo coronavírus, após testes indicarem que a cloroquina mostrou bons resultados contra o Covid-19.
A cloroquina, um medicamento normalmente indicado no tratamento da malária, pode ajudar o vírus a desaparecer, disse o professor Didier Raoult, especialista em doenças infecciosas e diretor do Instituto Mediterrâneo de Infecções em Marselha, na segunda-feira.
A pesquisa foi realizada com 24 pacientes com Covid-19. Seis dias depois que começaram a tomar o medicamento, o vírus desapareceu em 75% deles. “Por enquanto, não temos evidências científicas de que o tratamento funcione”, disse a porta-voz do governo francês Sibeth Ndiaye.
Atenção!
Vários especialistas pedem cautela, enquanto outras pesquisas não comprovam a eficácia efetiva da cloroquina contra o coronavírus. Eles alertam especialmente sobre os efeitos colaterais da droga, especialmente em casos de uso excessivo.
Estudos chineses
Um primeiro estudo clínico foi realizado e publicado por três pesquisadores chineses na revista BioScience Trends. A pesquisa chinesa foi realizada em mais de 10 hospitais em Wuhan, o berço da epidemia Covid-19, Pequim e Xangai, para medir a eficácia da cloroquina no tratamento de pneumonia associada ao coronavírus.
“Nós já sabíamos que a cloroquina era eficaz in vitro contra o novo coronavírus. A avaliação clínica na China confirmou isso ”, explicou o professor Raoult na época. “Talvez o tratamento dessa infecção seja o mais simples e mais barato de todas as infecções virais”, diz o pesquisador, envolvido na detecção do novo coronavírus na França.
A cloroquina é um medicamento de baixo custo e livre de riscos, usado há mais de 70 anos. Segundo pesquisadores chineses, um tratamento de 500 mg de cloroquina por dia durante 10 dias seria suficiente. “Esse tratamento, que praticamente não custa nada, é uma notícia extraordinária”, disse o professor Raoult, para quem os antimaláricos devem ter prioridade no caminho da vacina, que levaria mais tempo para ficar disponível.
O laboratório francês também está trabalhando no desenvolvimento de uma vacina e anunciou na última sexta-feira (13) a criação de um fundo para apoiar os esforços de pesquisa de equipes de hospitais públicos de Paris na luta contra o coronavírus.