A política ambiental do Brasil foi um dos temas discutidos nesta terça-feira (29), no primeiro debate entre o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o candidato do Partido Democrata à presidência, Joe Biden.
Deveria ter sido um debate, mas o que vimos foram interrupções constantes, gritos.
“Você pode calar a boca, cara?”, Disse Donald Trump.
Mas ninguém ficou em silêncio. Joe Biden acusou Donald Trump de ser o pior presidente da história. Trump acusou o filho de Biden de ter sido dispensado desonrosamente da Marinha por usar cocaína. Frustrado por novas interrupções, Biden chamou Trump de palhaço.
O mediador até fez uma pausa: “Acho que seria melhor para o país se os dois falassem com menos interrupções. Peço ao presidente que faça isso”.
Em um país radicalmente polarizado, é quase impossível para os dois lados concordarem. Mas a opinião geral sobre o debate foi semelhante: “foi um desastre”, resumiu um jornalista.
De acordo com três pesquisas pós-crash, Biden se saiu um pouco melhor na opinião dos eleitores. E a comissão que organiza os debates decidiu nesta quarta-feira (30) que vai mudar o regulamento e estuda cortar o áudio do microfone do candidato falando após o expediente.
Quando se trata de protestos raciais, Biden acusou Trump de ser racista. Trump, por sua vez, insistiu em um dos principais slogans da campanha: “lei e ordem”, e desafiou Biden a citar um departamento de polícia que declarou seu apoio a ele.
O moderador perguntou se Trump condenava a ação de grupos de supremacia branca fortemente armados e milícias e poderia pedir-lhes que parassem de alimentar a violência nas ruas. Trump se esquivou e, dirigindo-se a um desses grupos, disse: “Afaste-se e fique parado”.
Quando o assunto era pandêmico, Trump insistia mais uma vez que haveria vacina antes das eleições, mesmo quando o mediador lembrou que os cientistas do governo que fiscalizam esse processo falam em disponibilizar a vacina à população somente em meados de 2021 .
O Brasil foi um dos poucos países estrangeiros citados. Joe Biden disse que, como presidente, vai voltar a aderir ao Acordo Climático de Paris, juntar-se a outros países na redução do desmatamento na Floresta Amazônica e negociar com o Brasil: “Aqui estão US $ 20 bilhões. Pare de cortar a floresta. Caso contrário, sofrerão consequências econômicas significativas. ”
Em rede social, o presidente Jair Bolsonaro reagiu, nesta quarta-feira (30), ao discurso de Biden. Ele disse que o governo brasileiro está realizando ações inéditas para proteger a Amazônia, que a ganância de alguns países pela Amazônia é uma realidade e lamentou a declaração do candidato do Partido Democrata, que qualificou de desastrosa e gratuita.