Fabiana defende o direito de manifestação e critica a CBV por usar “denegrir”

O centro da Seleção Brasileira de Voleibol Fabiana falou sobre a repercussão do grito de “Fora, Bolsonaro” do vôlei de praia Carol Solberg, em entrevista após o jogo no domingo (20/09). A ação de Carol foi condenada pela Confederação Brasileira de Voleibol (CBV) e pela Comissão Nacional dos Atletas de Vôlei de Praia. Fabi saiu em defesa do jogador, da liberdade de expressão e criticou a entidade por usar um termo “de cunho racista” na nota publicada.

“É difícil entender o que está acontecendo. Vamos em partes. Primeiro, denegrir é uma palavra racista e NUNCA deve ser usada em qualquer situação. Estamos lutando contra atos racistas todos os dias, realizando campanhas educacionais e protestos, então seria ótimo repensar o uso de certos termos. Com isso, deixo a dica que, além de denegrir, não use ‘lista negra’, ‘mulata’, ‘mercado negro’, ‘a coisa é preta’, ‘serviço negro’, entre outras ”, escreveu Fabiana em seu Instagram.

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É difícil entender o que aconteceu. Vamos em partes. Primeiro, denegrir é uma palavra racista e NUNCA deve ser usada em qualquer situação. Estamos lutando contra atos racistas todos os dias, realizando campanhas educativas e protestos, por isso seria ótimo repensar o uso de certos termos. Com isso deixo o ponto de não só denegrir por não usar “lista negra”, “mulato”, “mercado negro”, “as coisas são negras”, “serviço negro”, entre outros. Em segundo lugar, vivemos (ainda) em um país DEMOCRÁTICO, no qual atletas ou qualquer ser humano podem expressar suas convicções, desde que não sejam ofensivas, criminosas ou desrespeitosas. Temos que ter muito cuidado com a censura ou com o flerte com o seu retorno, temos que estar cientes dos nossos direitos como cidadãos. Portanto, a nota escrita pela CBV não foi muito feliz. Como atleta negra, conquistei e representei este país em todas elas, não posso ficar calada sobre o que vejo. Sempre apoiarei a democracia, as liberdades individuais e especialmente qualquer apoio à causa contra o racismo estrutural e cotidiano que continuamos a insistir em vivermos juntos como “normais”. #blacklivesmatter #blacklivesimport # #liberty

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A CBV costumava “denegrir” quando dizia que o ato de Carol Solberg não deveria se repetir no esporte. “A CBV quer ressaltar que tomará todas as medidas cabíveis para que eventos como esses, que denigre a imagem do esporte, não sejam praticados novamente”, diz a nota.

Em relação à censura por parte da entidade e do órgão responsável pela representação dos atletas, Fabi garantiu que sempre defende as “liberdades individuais”: “Sempre apoiarei a democracia, as liberdades individuais e acima de tudo qualquer apoio à causa contra racismo estrutural e cotidiano no qual continuamos a insistir. vivendo juntos pensando ‘normal’ ”.

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