Quando lançamos nossa coluna na semana passada, convidamos as pessoas a explorar a savana agora, uma semana depois, damos a declaração mais sensata, por mais louca que possa parecer, é: “não venha”.
Poderia ser um filme de ficção científica, mas está acontecendo aqui no planalto central, em nossa cidade, em nosso país e, infelizmente, em todo o mundo. Uma devastação cometida pela ameaça invisível e implacável do COVID19.
Uma comparação de qual setor é mais afetado pela crise é certamente injusta. O fato é que o turismo brasileiro corre sério risco de sucumbir a essa crise sem precedentes em sua história. Nesta crise global, os mais de 53 elos do comércio de turistas vivem dias terríveis, um verdadeiro cenário de guerra.
Em tempos de crise, nosso setor sempre sofre, pois é rapidamente afetado, pois as viagens, na maioria dos casos, são as primeiras na lista de cortes de pessoas e empresas. Em outras crises, alguns segmentos ainda sobrevivem bem, como o turismo de luxo, que apresenta uma estabilidade peculiar. Mas desta vez, se foi o resort nas Maldivas ou um albergue familiar com 10 camas, todos foram afetados da mesma maneira. Segundo o WWTC (Conselho Mundial de Viagens e Turismo), 50 milhões de empregos estão ameaçados.
Através da rede que integramos, estamos em contato com albergues em todo o mundo e nos últimos 15 dias seguimos o fechamento de parceiros em vários países, como Itália, Áustria, Bélgica, França, Noruega e a lista cresce. Enquanto isso, somos consumidos pelo desespero do que esse momento nos fará no Brasil. O fato é que não conhecemos albergues no mundo com reservas para durar 3 ou 4 meses sem convidados.
O turismo no Brasil após a recente crise econômica mostrou sinais de reação, o que gerou certo otimismo. Somos uma indústria resiliente que é frequentemente mantida e reinventada. Mas desta vez, mais do que nunca, precisamos de amplo e substancial apoio governamental.
Nesta semana, recebemos a notícia de que as instalações de alojamento em Santa Catarina estão proibidas de receber convidados, uma medida que pode ser replicada em outros estados. Sabemos que o apoio de todo o setor é essencial, pois a prevenção é a única solução para achatar a curva de poluição. É triste fazer isso enquanto não temos perspectiva de como vamos sobreviver.
Aqui em Brasília, por exemplo, o cancelamento de licitações e eventos públicos gerou perdas econômicas inestimáveis, no momento em que nosso segmento começava a se recuperar da baixa temporada e estava animado com o mês de março.
Toda a cadeia, que até move outros setores, como bares e restaurantes, está ameaçada e está se juntando às suas federações e associações que buscam o verdadeiro apoio do Estado.
Diante de algo nunca experimentado, esperamos soluções nunca tomadas! Não há ninguém a ganhar ou perder, é uma questão de sobrevivência. O comércio de turismo é extenso e consiste em uma ampla gama de atividades apoiadas por redes globais e, por esse motivo, muitas pessoas sofrem juntas.
Pela primeira vez na história, o turismo precisa fechar suas portas para tentar sobreviver!