ELE Bahrain, um país árabe localizado no Golfo Pérsico, concordou em reconhecer Israel e normalizar as relações com o governo israelense, anunciou nesta sexta-feira (11) o presidente do Estados Unidos, Donald Trump.
A reaproximação entre os dois países do Oriente Médio ocorre menos de um mês após o Emirados Árabes Unidos reconhecer e normalizar as relações com Israel, também em um acordo mediado pelos EUA que se tornará oficial na próxima semana. Até então, apenas Egito e Jordânia tinham laços com israelenses no mundo árabe.
Benjamin Netanyahu, Primeiro Ministro de Israel, e o Rei Hamad bin Isa Al Khalifa do Bahrein – Foto: Ronen Zvulun, Fayez Nureldine / AFP / POOL
Trump anunciou a assinatura do acordo após um apelo ao primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu e ao rei do Bahrein, o rei Hamad bin Isa Al Khalifa.
“Mais um marco hoje”, tuitou o presidente dos Estados Unidos, chamando o documento de “acordo de paz”, embora Bahrein e Israel não estivessem em guerra.
Assim como os Emirados Árabes Unidos, o acordo entre Bahrein e Israel permitirá a normalização das relações diplomáticas, comerciais e outras nos dois países.
“A abertura do diálogo direto e a criação de vínculos entre essas duas sociedades dinâmicas com economias avançadas darão continuidade à transformação positiva do Oriente Médio e maior estabilidade, segurança e prosperidade para a região”, disse o comunicado conjunto.
Bahrain, bem como Arábia Saudita, já havia concordado em abrir espaço aéreo para aeronaves israelenses, o que agora permite voos diretos conectando Israel com os países do Golfo Pérsico.
Uma semana atrás, Trump negociou um acordo semelhante entre Israel e Kosovo, país localizado nos Balcãs. Além disso, o presidente dos EUA convenceu a Sérvia a transferir a embaixada do país em Israel para Jerusalém, medida equivalente à adotada pelos Estados Unidos em 2018.
O acordo não foi bem recebido pelos líderes palestinos, que se opõem ao reconhecimento de Israel por considerarem que o território israelense pertence aos palestinos. O grupo Hamas, facção que controla a Faixa de Gaza, condenou a decisão.
“Isso representa uma séria ameaça à causa palestina e apóia a ocupação”, disse o porta-voz do Hamas, Hazem Qassem, à Reuters.
O Irã, país banhado pelo Golfo Pérsico e Bahrein, deve se opor ao acordo. Inimigo dos Estados Unidos e de Israel, o governo iraniano tenta impedir uma maior influência americana na região e apóia facções no Oriente Médio, como os rebeldes Houthi no Iêmen.