A reunião de credores da Oi em reunião na última terça-feira aprovou um acréscimo ao plano de recuperação judicial da operadora.
Bancos tentaram suspender reunião da Oi, que acabou concordando com redução do desconto sobre o valor nominal dos empréstimos – Foto: Silvia Zamboni / Valor
Na classe I, de credores trabalhistas, houve 99,8% de votos favoráveis entre os presentes. No caso de credores garantidos (classe II), dos quais o BNDES era o único participante, a aprovação foi de 100%. Do grupo de credores quirografários presentes na AGC, 96,84% dos presentes votaram a favor da alteração, o que representa 68,15% do total dos créditos desta classe. Entre as microempresas, os votos favoráveis corresponderam a 99,2% dos presentes.
Para os credores trabalhistas e microempresários, foi exigida a aprovação por maioria simples dos presentes à reunião, independentemente do valor dos créditos a receber. Nas classes constituídas por credores quirografários e com garantia real, houve necessidade de homologação de credores que representavam mais da metade do valor total dos créditos. E, cumulativamente, pela maioria simples dos credores presentes.
A alteração foi considerada essencial pela companhia para manter sua estratégia de investimentos, pois permite a venda de ativos de telefonia móvel, data centers, torres de telecomunicações e parte da infraestrutura de fibra óptica da Oi, além da operação de Televisão paga. por satélite.
A AGC sofreu quatro interrupções importantes, devido a negociações entre a Oi e credores, durante seu período de mais de 11 horas. A maior resistência à aprovação da emenda veio dos bancos locais, em desacordo com a proposta da Oi de um desconto de até 60% sobre o valor de face dos créditos que essas instituições deveriam receber. A dívida bruta da Oi com bancos locais e agências de crédito à exportação é de R $ 18,52 bilhões, se considerado o valor nominal.
Representantes do Itaú Unibanco, da Caixa Econômica Federal e do Banco do Brasil defenderam durante a assembleia a suspensão por pelo menos 30 dias da Assembleia Geral de Credores (AGC) para que a modificação do plano proposto pela Oi pudesse ser novamente discutida. Os dez representantes de credores trabalhistas e pequenos empresários que foram escolhidos para falar durante o encontro se manifestaram a favor do aumento.
Após longas negociações, a Oi concordou em reduzir o desconto sobre o valor de face de sua dívida com bancos locais e agências de crédito à exportação de 60% para 55%. Outra concessão aos credores foi a redução de 55% para 50% no “haircut” (desconto) da dívida das instituições financeiras que concedem linhas de fiança bancária à empresa. Entre outros pontos, a Oi também se comprometeu a excluir a previsão de dois turnos para a realização de leilões reversos visando o pagamento de credores.