Estudante idealizando a primeira gráfica 3D do Brasil para representar o país na Rússia – Casa Vogue

Aluno brasileiro que fez uma casa impressa em 3D representará o Brasil na Rússia (Foto: Playback / Instagram)

Aluno brasileiro que fez uma casa impressa em 3D representará o Brasil na Rússia (Foto: Playback / Instagram)

Com proposta de melhoria das condições da habitação social no Brasil por meio do Impressão 3D, o estudante Juliana Martinelli, Um aluno do curso de engenharia elétrica do UniCEUB (Centro de Ensino Unificado de Brasília) foi selecionado para representar o Brasil no evento do BRICs “Incubadora de Negócios Internacionais para Jovens”, que acontece neste mês de setembro na Rússia. O estudante de 28 anos é o responsável pelo desenvolvimento da tecnologia utilizada na construção do primeira casa impressa em 3D do Brasil e ela é a única mulher entre as cinco selecionadas para integrar a Comissão da Juventude do BRIC.

Construída em apenas 48 horas, a casa de 66 m² foi impressa este ano com tecnologia projetada por InovaHouse3D, startup universitária fundada em 2015 por Juliana e outros cinco amigos, também estudantes de engenharia elétrica, que deixaram o projeto em 2018. Juntos, eles foram responsáveis ​​pelo projeto da primeira impressora 3D de concreto da América Latina.

Aluno brasileiro que fez uma casa impressa em 3D representará o Brasil na Rússia (Foto: Playback / Instagram)

Juliana Martinelli durante conferência com InovaHouse3D (Foto: Playback / Instagram)

A repercussão do projeto levou os alunos a serem convidados para eventos e palestras em universidades de todo o país. Em apresentação no Rio Grande do Norte, Juliana conheceu estudantes de engenharia civil – hoje engenheiros – Allynson Aarão e Iago Felipe. Os acadêmicos Potiguares, responsáveis ​​pela fundação da empresa 3DHomeConstruction, passou a trabalhar em parceria com a InovaHouse3D para que fosse construída a primeira gráfica do Brasil. Além disso, eles contaram com a ajuda e investimento do professor universitário André Dantas. “Eles aumentaram o tamanho da nossa máquina, melhoraram o sistema de bombeamento e, com a ajuda do professor, conseguiram tirar essa ideia do papel”, relatou Juliana em entrevista à Casa de moda.

Com isso, a máquina desenvolvida em conjunto pelas duas startups, hoje parceiras, trouxe uma série de melhorias ao processo construtivo. Além da velocidade de construção, a tecnologia também otimizou a mão de obra, pois tornou o processo menos trabalhoso e menos gente necessária para a obra. “Há também uma questão de logística. Isso porque é possível levar a máquina até o canteiro de obras onde será construída a casa, não sendo necessário deslocar cada um dos blocos impressos para o canteiro ”, explica a estudante.

A redução de custos também é outro aspecto positivo do projeto. Segundo Martinelli, o custo médio por m² de uma construção tradicional é de R $ 36. Porém, a impressora 3D permitiu que o valor gasto fosse de R $ 30 por m². A expectativa é que os custos sejam ainda menores no futuro, ficando entre 20% e 50% do valor registrado nesta primeira construção.

Tecnologia 3D para melhorar as condições de habitação social

Para Juliana, o interesse em trabalhar com impressão 3D sempre andou de mãos dadas com o desejo de melhorar as condições da habitação social. Em 2015, ela e os outros alunos fundadores da InovaHouse3D participaram da Copa do Mundo de Startups Universitários, que aconteceu na Dinamarca, e estiveram entre os finalistas. A ideia apresentada pelo grupo era usar a impressão 3D como tecnologia para a construção de casas para a população de baixa renda no Brasil, por ser uma alternativa mais barata. No entanto, a falta de uma impressora capaz de imprimir blocos de concreto, concebida somente após o retorno ao Brasil, fez com que os alunos fossem eliminados da competição.

Cinco anos depois do evento, com tecnologias mais aprimoradas, o aluno ainda vê a impressão 3D como uma alternativa aos programas de habitação de interesse social implantados no Brasil, como o “Minha Casa, Minha Vida”, por exemplo. Segundo ela, a impressão 3D pode criar casas que atendam as necessidades das pessoas com custos reduzidos e de forma otimizada. Isso porque, para Martinelli, os planos habitacionais que estão sendo desenvolvidos não pensam nas demandas das famílias e apenas constroem casas em grande escala.

“Se pudéssemos transformar a forma como esses condomínios [do Minha Casa, Minha Vida] construídas, poderíamos realizar um processo de urbanização consciente e humanizado “

Juliana Martinelli

Além disso, o aluno acredita que a tecnologia será muito importante para um novo processo de migração que pode ocorrer no Brasil nos próximos anos. Segundo ela, a tendência de escritório em casa e a nova realidade imposta pela pandemia pode fazer com que as pessoas se mudem dos centros urbanos para os subúrbios das grandes cidades. “A impressão 3D, por trazer automação ao processo construtivo, pode ajudar nesse processo”, disse o aluno.

Falta de patrocinadores

Apesar das repercussões obtidas na mídia nas últimas semanas, principalmente após a indicação para representar o Brasil na Rússia, ainda não há interessados ​​em financiar o projeto de impressão 3D idealizado pelo aluno. Segundo o aluno, a incerteza quanto ao retorno do investimento, impulsionada pela falta de regulamentação para a impressão de casas de grande formato, faz com que os investidores tenham medo de apostar na ideia. Martinelli espera, porém, que o evento na Rússia seja uma oportunidade para encontrar potenciais investidores. A exigência inicial é uma só: que o investidor seja brasileiro, já que o projeto é totalmente nacional e visa a melhoria da habitação no país.

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