É muito provável que a maioria dos fãs do Palmeiras Ele questionou o futuro de Vanderlei Luxemburgo como chefe da equipe quando Bragantino abriu o placar no domingo.
Também é natural entender que a pressão aumentaria em caso de derrota por dentro, assim como agora é comum imaginar que o enfrentando 2 para 1 no final aliviado um pouco pela comissão técnica.
Isso porque o Palmeiras tinha em Bragança Paulista o que a diretriz prega para defender a obra de Luxa das críticas: o uso da base.
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Vanderlei Luxemburgo está invicto no Brasileirão – Foto: César Greco / Ag. Palmeras
Antes de falar sobre a entrada de Gabriel Veron, que foi decisiva, vale a pena analisar a equipe que começou como titular. A alternativa de Wesley foi uma tentativa de recuperar o que ainda falta ao Verdão: velocidade de criação no ataque.
O desempenho do Palmeirense na primeira parte da partida contra o Bragantino foi praticamente o mesmo. Pouca criatividade, erros de chute de bola, transição lenta, troca de passes entre zagueiros e algumas tentativas com Wesley na lateral esquerda. Na verdade, era dele, um dos únicos movimentos criados: o atacante interveio e tentou finalizar.
Wesley, atacante do Palmeiras, estreou na partida contra o Bragantino – Foto: Cesar Greco / Ag. Palmeiras
Na segunda etapa, a defesa cedeu um espaço inusitado para Claudinho, do Bragantino, que também teve um desvio em Gustavo Gómez para abrir o placar. E aí o Verdão precisava de algo diferente no ataque para se afastar um pouco da crise que envolve os bastidores do Palmeiras.
O que foi diferente foi a principal promessa da base alviverde nos últimos anos: Gabriel Veron. Recuperado de uma lesão muscular, o atacante de 18 anos chegou aos 20 minutos do segundo tempo e, três minutos depois, aproveitou um cruzamento de Gabriel Menino para empatar o jogo.
Willian e Gabriel Veron comemoram gol do Palmeiras – Foto: César Greco / Ag. Palmeras
Vale destacar que o jogo do meio-campista voltado para o lado deu mais qualidade ao ataque e deve ser avaliado como alternativa para as próximas partidas, principalmente na ausência de Marcos Rocha. A entrada de Danilo, de 19 anos, também foi uma novidade interessante.
Mas o destaque que merece elogios é Gabriel Veron. O atacante de 18 anos era o nome do jogo para dar ao time o que havia sido um problema: profundidade e individualidade ofensiva.
É verdade que o Palmeiras não pressionou tanto o Bragantino. Ganhou mais campo e só teve chance com Luiz Adriano depois de cruzar o Viña. Quando o empate parecia resolvido, Raphael Veiga apareceu no final da partida com um belo chute de Veron, que ajudou Willian a definir a virada.
Gabriel Veron comemora gol do Palmeiras contra o Bragantino – Foto: César Greco / Ag. Palmeras
A individualidade tão marcante na época de Dudu foi mais uma vez decisiva para o Verdão, agora com uma prata da casa. A questão agora é como aproveitar melhor os recursos e, finalmente, fazer essa equipe pagar regularmente.
Nesta quinta-feira, Luxemburgo terá um importante reencontro para o seu momento no Palmeiras: o Corinthians, rival da final do Paulistão, quando o time do Alviverde teve um futebol mais feio para conquistar o título estadual. Desta vez, porém, a equipe precisa se apresentar mais no setor ofensivo.
Um resultado negativo será mais um capítulo de turbulência na relação entre o treinador e o torcedor do Verdão. Um resultado positivo sem um futebol considerado mais agradável continuará a ser criticado. Os desafios enfrentados por Luxa e sua comissão técnica tornam o Derby de quinta-feira mais uma “decisão” do Palmeiras em 2020.
O clássico vai valer “apenas” três pontos em campo, mas pode aproximar o time de seu torcedor em caso de uma boa apresentação.