O cacique Raoni Metuktire, 90, líder do povo Kayapó, teve alta nesta sexta-feira (4) após exatamente uma semana de internação, no Hospital Dois Pinheiros, em Sinop, a 503 quilômetros de Cuiabá. Ele foi diagnosticado com Covid-19 e teve problemas pulmonares.
Raoni deixou o hospital pela manhã e rumou para Colíder, a 156 km de Sinop, onde ficará até a próxima semana.
Seu neto Patxon Metuktire disse que, por questões de segurança, só voltará para casa, na aldeia Metuktire, localizada na Terra Indígena Capoto-Jarina, na próxima terça-feira (8). Nesse ínterim, você estará na cidade se precisar de assistência médica.
Testes laboratoriais divulgados quinta-feira (3), indicou uma evolução do quadro clínico, com estabilidade na arritmia,.
Reconhecida internacionalmente pela luta que articula pelos povos indígenas, Raoni foi internado nesta sexta-feira (28) com Covid-19.
O líder indígena Cacique Raoni, da tribo Kayapó, durante discurso no Xingu – Foto: Ricardo Moraes / Reuters
Na última sexta-feira (28), o cacique foi internado com diagnóstico de pneumonia pela equipe médica de sua aldeia, localizada no Parque Indígena do Xingu, no norte de Mato Grosso.
Inicialmente, foi submetido a exames laboratoriais e de imagem que diagnosticaram Covid-19 já na fase inflamatória da doença. Raoni foi tratado com anticoagulantes, corticosteroides e antibióticos, conforme protocolo do hospital.
Segunda hospitalização em um mês
Segundo a direção do Instituto Raoni, o cacique ficou deprimido com a morte de sua esposa, Bekwyjkà Metuktire, no dia 23 de junho, há um mês. Ele tinha diabetes e sofreu um derrame. Raoni teve alta do hospital nove dias depois.
História do chefe Raoni
O líder indígena é reconhecido internacionalmente pela luta que tem articulado pelos povos indígenas. Em 1989, teve um encontro histórico com a cantora Sting durante o I Encontro dos Povos Indígenas do Xingu, em Altamira (PA).
Os dois se reuniram em 2009 na cidade de São Paulo para discutir a construção da Usina de Belo Monte.
Cacique Raoni Metuktire em frente ao Congresso Nacional, em Brasília, em abril de 2015 – Foto: Laycer Tomaz / Câmara dos Deputados
Em novembro de 2012, Raoni foi recebido pela O Presidente da França, François Hollande, no Palácio do Eliseu. Naquela época, o cacique pedia a preservação da Amazônia e das pessoas que moram na região.
No ano passado, Raoni foi chamado pelo presidente Jair Bolsonaro como “manobra” usada por governos estrangeiros para “promover seus interesses na Amazônia”.
A afirmação foi feita depois que o presidente se reuniu com o presidente da França, Emmanuel Macron, em busca de apoio para a defesa da Amazônia.