O leilão da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) para as novas frequências de telecomunicações, por onde o 5G “transitará”, foi adiado até 2021 devido à pandemia. Até o momento, só existe um celular habilitado para frequência no Brasil, e as operadoras fazem isso testes usando a própria frequência 4G.
“Olha, temos o negócio 5G pela frente. Que fique claro, sou eu quem vai decidir o 5G. Não é um terceiro, ninguém imagina, não. Vou decidir o 5G”, disse o presidente durante uma transmissão. redes sociais.
Os parâmetros do leilão são definidos pela Anatel, que de acordo com a Lei Geral das Telecomunicações goza de “independência administrativa, ausência de subordinação hierárquica, mandato fixo e estabilidade de seus dirigentes e autonomia financeira”.
No entanto, há debates sobre a tecnologia 5G em tópicos como segurança nacional, espionagem e privacidade de dados (Veja os detalhes abaixo) Nesses casos, a questão recai sobre a inteligência do governo e da própria Presidência da República.
Apesar de dizer que não aceitará suposições, Bolsonaro também disse que conversa com funcionários do governo e “governos de outros países” sobre os prós e contras dos modelos disponíveis.
“Não está só na minha cabeça. Falo com o General Augusto Heleno, do GSI, falo com o Ramage, que é o chefe da Abin [Agência Brasileira de Inteligência]Falo com o Rolando Alexandre, que é o diretor geral da Polícia Federal, com mais inteligência no Brasil, com gente mais experiente ”, listou Bolsonaro.
O presidente continuou: “Falo com o governo dos Estados Unidos, falo com várias entidades, países, vocês sabem, o que temos a favor e contra”, disse.
Bolsonaro começou a falar sobre o assunto enquanto defendia a necessidade de o Brasil ter um sistema de inteligência robusto. Na ocasião, o presidente comentou sobre a produção de um suposto dossiê contra movimentos antifascistas pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública, algo alheio ao 5G.
“Somos uma potência. Temos que ter um sistema de inteligência robusto para poder trabalhar lá na frente. Olha, aí está o negócio 5G à frente”, disse Bolsonaro, entrando no assunto.
Além das questões tecnológicas, o debate 5G envolve disputas ideológicas, econômicas e de segurança nacional. A questão continua no centro da guerra comercial entre os Estados Unidos e a China.
A nova tecnologia permite conexões cerca de 10 vezes mais rápidas que o 4G e é considerada essencial para a chamada “internet das coisas”, com a automação de casas, veículos e objetos de uso diário.
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Uma das principais detentoras de patentes do 5G é a chinesa Huawei, que enfrenta restrições nos Estados Unidos e na Inglaterra e é acusada de ter desculpado laços com o Partido Comunista Chinês. A empresa nega estar envolvida em qualquer tipo de espionagem, governamental ou privada.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de quem Jair Bolsonaro é aliado, veio a declarar uma emergência nacional em 2019 para proteger a Internet nos Estados Unidos de “adversários estrangeiros”, sem nomear a empresa chinesa.
Em workshop com jornalistas brasileiros em março, o Huawei disse que não vai participar do leilão de frequência – o foco da empresa está na fase posterior, quando os operadores com desempenho superior ao da concorrência precisarão de equipamentos para colocar o 5G em funcionamento.
Ainda em março, membros do conselho de administração da Anatel G1 que a questão de quem poderia ou não participar do 5G brasileiro deveria ser discutida pela Secretaria de Segurança Institucional (GSI) e pela Presidência da República.
O comunicado indica que a decisão não será apenas técnica ou tecnológica, mas também será influenciada por questões econômicas, diplomáticas e de segurança nacional.
PARA banir Huawei do 5G em julhoPor exemplo, o governo do Reino Unido justificou a decisão com uma posição do governo dos Estados Unidos que, na prática, impedia a gigante chinesa de receber chips de empresas de outros países para fabricar seus equipamentos.
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A decisão deve atrasar o 5G britânico em três anos, a um custo adicional de £ 2 bilhões (R $ 13,6 bilhões), e foi justificada pela necessidade de segurança do sistema. O bloqueio dos EUA foi justificado por alegados riscos à segurança nacional.
No Brasil, o edital do leilão foi aprovado pela Anatel em fevereiro e submetido à consulta pública. Serão oferecidas quatro bandas de frequências: 700 MHz, 2,3 GHz, 26 GHz e 3,5 GHz. As bandas de frequências são espectros utilizados, por exemplo, para o fornecimento de telefonia celular e televisão por assinatura.
Como agência reguladora, a Anatel não tem o poder de definir quais empresas podem ou não participar do leilão 5G no Brasil. A razão disso é que a concorrência deve ser baseada apenas em critérios técnicos, e a restrição excessiva desses elementos pode até mesmo definir o endereço errado.
As discussões sobre segurança nacional e espionagem, no entanto, vão além do papel da agência reguladora. Em evento no Rio em junho, o ministro-chefe da Casa Civil, Braga Netto, afirmou que o tópico não seria analisado apenas com base na técnica.
“A discussão não vai ser só técnica, né? O aspecto político, a avaliação … É exatamente nesse pós-pandemia, essa não é a nossa posição, é a posição do mundo inteiro”. Não posso entrar muito no assunto com você, mas garanto. Já tenho orientações do próprio presidente sobre o assunto. Mas não é exclusivamente técnico. De acordo? “, Disse.
Em novembro, por exemplo, Jair Bolsonaro recebeu o CEO da Huawei para a América Latina, Zou Zhilei, e o presidente da Huawei no Brasil, Yao Wei, em reunião no Palácio do Planalto. Comentando a reunião, ele disse que só ouviu falar da situação da empresa e seu interesse em participar do 5G.
Em 2019, Bolsonaro se reuniu com o presidente da gigante chinesa para discutir 5G