Em dois anos, a PF apreendeu 11 toneladas de cocaína para efeito de um esquema de megaoperação | Estado

No total, quatro organizações criminosas participaram do esquema de alvos da operação de terça-feira. Os grupos transportavam as drogas por via rodoviária, aérea e marítima.

Antes do lançamento da operação na terça-feira, já haviam sido feitas prisões e apreensões de drogas em municípios dos estados de Alagoas, São Paulo, Rio Grande do Norte, Minas Gerais e no porto de Roterdã, na Holanda.

Às 11 horas, 90 dos 139 mandados de busca e apreensão haviam sido cumpridos. Dos 50 mandados de prisão, 27 foram cumpridos até a mesma época.

Com liminar da 4ª Vara Federal de Pernambuco, a PF também apreendeu, até as 11h, 46 veículos, três embarcações e oito aeronaves. Os aviões e helicópteros estiveram nos estados de São Paulo, Pará, Pernambuco e Distrito Federal. Até aquele momento, a Polícia Federal havia apreendido R $ 314.867,00 à vista. O valor é a soma dos valores apreendidos nos diversos estados.

Justiça determinou sequestro de helicópteros dentro da megaoperação da PF contra o narcotráfico – Foto: Polícia Federal / Divulgação

Criminosos trocaram aviões por helicópteros

A primeira fase de atuação dos grupos criminosos ocorreu com o transporte de cocaína pela fronteira entre o Brasil e Paraguainas cidades de Ponta Pora (MS) e Pedro Juan Caballero, usando helicópteros.

“Ao contrário de outros esquemas de tráfego, que usam aviões privados e passam por toda a fiscalização do espaço aéreo brasileiro, a entidade passou a usar helicópteros, que são menos suscetíveis a esse sistema de fiscalização, mas têm menos autonomia que os aviões” disse Adriana Vasconcelos, delegada federal responsável pelas investigações.

Com a frequente necessidade de suprimentos, os helicópteros partiam de São Paulo e pararam para fazer estoque na região do município de Teodoro Sampaio (SP) e depois foi para a fronteira com o Paraguai. “Lá, a droga foi carregada, o veículo foi reabastecido e eles voltaram para São Paulo para descarregar a droga”, explica Adriana.

Dinheiro apreendido durante megaoperação da Polícia Federal contra o narcotráfico, desencadeada nesta terça-feira (18) – Foto: Polícia Federal / Divulgação

Ao chegar à capital paulista, a cocaína foi colocada em compartimentos preparados com antecedência para esconder a droga. Em seguida, o transporte era feito por caminhões até a região marítima. “Via de regra, no Nordeste, mas também havia transporte para o Norte”, disse o delegado.

O contêiner de carga, segundo a Polícia Federal, estava “contaminado” com a cocaína que era colocada nas bandejas do produto exportado. “Existe também um outro modus operandi, que é a rápida colocação e retirada do medicamento, que fica na porta do container. Nessa segunda técnica, muitas vezes o contêiner é retirado do mar ”, disse o delegado.

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Das quatro organizações criminosas que participaram do esquema, duas delas, em São Paulo, trabalhavam diretamente com a cocaína. A terceira entidade, de Pernambuco, ficou responsável pelo transporte da carga.

“São empresários, funcionários, motoristas do setor de transporte de carga que passam pela sociedade como empresários, mas que estão possibilitando o tráfico internacional de cocaína”, disse Adriana.

Uma quarta organização operava como um banco clandestino, fornecendo uma rede de contas bancárias para a movimentação de fundos de origem ilícita. “Esta organização faz uso de várias contas abertas em nome de pessoas jurídicas, que as disponibilizam a troco de remuneração”, explicou.

Avião apreendido no Distrito Federal durante operação da Polícia Federal contra o tráfico internacional de drogas, nesta terça-feira (18) – Foto: Polícia Federal / Divulgação

Não há endereço específico para os bancos, mas, segundo a PF, o esquema de movimentação financeira ocorreu na região do Brás, no centro de São Paulo, em ruas como Oriente e 25 de Março.

“Essa entidade também ofereceu um serviço que chamamos de ‘dólares de cabo’, quando o pagamento do medicamento é feito na Europa e a entidade entrega o dinheiro no Brasil, sem operação de câmbio”, disse o delegado.

O homem designado pelo delegado como responsável pela primeira organização criminosa, Sérgio de Arruda Quintiliano Neto, conhecido como “Minotauro”, foi detido pela PF em 2019. “Os seus camaradas continuaram a agir. A informação que temos é que a organização internou 5 toneladas de cocaína por mês “, disse ele.

Na segunda organização criminosa, a PF indicou Romilton Queiroz Hosi como responsável. “Ele era um foragido, procurado há dez anos pela Polícia Federal e pela polícia do Reino Unido. No decorrer das investigações, pudemos prendê-lo em 2019”, disse Adriana.

Armas e celulares apreendidos em Pernambuco durante megaoperação da Polícia Federal contra o tráfico internacional de drogas – Foto: Polícia Federal / Divulgação

Na terceira organização, segundo o delegado, não havia um único responsável pelo setor de transportes. “Houve uma grande rotatividade de empresários”, disse. Em Pernambuco, dos 13 mandados de prisão, nove foram cumpridos até as 11 horas desta terça-feira (18). Entre os presos estão empresários e um piloto.

“Ele é uma pessoa que teve um aumento absurdo de patrimônio em três anos. Uma pessoa que há três anos tinha um veículo usado e agora tem seis, sete aviões, entre helicópteros e aviões. Da mesma forma, houve outro piloto do tráfico no Pará, que começou do zero e demonstrou essa evolução injustificada dos ativos ”, explicou Adriana.

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