Grupo cerca hospital para prevenir aborto de menina estuprada de 10 anos – Jornal CORREIO

Confusão, bocas e total desrespeito às regras de distanciamento e isolamento social marcaram o aborto legal de uma menina de 10 anos que engravidou após ser estuprada pelo tio. O caso ocorreu na cidade de São Mateus, no norte do Espírito Santo, a 215 quilômetros de Vitória, capital do estado. A Justiça do Espírito Santo autorizou o procedimento nesta sexta-feira (14) e o menor foi transferido para realizá-lo no Centro Integrado de Saúde Amaury de Medeiros (Cisam), em Recife.

Apesar da legislação que prevê a interrupção da gravidez em caso de violência sexual, a menina foi impedida de atender na unidade de referência do Estado onde mora e, por isso, teve que se deslocar a Pernambuco para interromper a gravidez . Uma verdadeira multidão se aglomerou em frente ao Cisam, localizado no bairro da Encruzilhada, Zona Norte da capital. Por um lado, sofreram os defensores do direito da menina ao aborto devido à idade e à violência. Por outro lado, um grupo liderado por vereadores e deputados da linha conservadora -muitos deles vinculados à Igreja Evangélica, outros à Igreja Católica-, se opôs totalmente ao procedimento.

As manifestações contra o aborto legal foram lideradas pela deputada estadual Clarissa de Tércio (PSC). Junto com ela, o vereador Renato Antunes (PSC) e o deputado estadual Joel da Harpa (PP). Depois vieram o deputado estadual Clayton Collins e a vereadora Michelle Collins, ambos do PP. E, por fim, a ex-deputada Teresinha Nunes. Em defesa do processo da menina, Carol Virgolino, deputada adjunta das Câmaras, acompanhada por representantes de organizações de defesa da mulher. Uma verdadeira multidão reuniu-se em frente ao Cisam.

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A autorização para o aborto legal da menina de dez anos foi concedida pelo juiz do Juzgado de la Niñez y la Juventud da cidade de São Mateus, Antonio Moreira Fernandes. No escritório, o magistrado determina que o menor seja submetido ao melhor procedimento de viabilidade e o quanto antes para preservar sua vida. O termo “imediato” é usado.

O caso foi descoberto quando a menina deu entrada no Hospital Estadual Roberto Silvares, em São Mateus, no dia 8, com sinais de gravidez. A menina não estava se sentindo bem e a equipe médica notou sua barriga “grande”. Durante a realização dos exames, as enfermeiras descobriram que ela estava grávida de três meses. Em conversa com os médicos e sua tia, a menina condenou que seu tio a havia estuprado desde os seis anos de idade e que ela nunca contou aos parentes por que a ameaçaram. O homem fugiu depois que a gravidez foi descoberta. A informação é Jornal do Commercio.

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