DAKAR/MADRI, 12 Jul (Reuters) – Autoridades senegalesas contestaram relatos de que 300 pessoas que viajavam em três barcos de imigrantes do Senegal para as Ilhas Canárias, na Espanha, desapareceram na semana passada como “infundadas” e disseram que centenas foram resgatadas em águas territoriais marroquinas.
Mas o grupo de ajuda aos imigrantes que originalmente relatou o desaparecimento dos barcos, Walking Borders, disse acreditar que os três barcos ainda estavam desaparecidos.
A Walking Borders informou no domingo que dois barcos, um com cerca de 65 pessoas e outro com entre 50 e 60 a bordo, estavam desaparecidos há 15 dias desde que partiram do Senegal para Espanha.
Um terceiro barco partiu em 27 de junho com cerca de 200 pessoas a bordo, disse ele, acrescentando que os três partiram de Kafountine, no sul do Senegal, e que as famílias dos desaparecidos com quem ele falou não tiveram novas informações sobre seu paradeiro desde então.
A Guarda Costeira da Espanha disse na segunda-feira que enviou um avião de resgate para procurar o terceiro barco.
Mas o Ministério das Relações Exteriores do Senegal lançou na terça-feira dúvidas sobre o que chamou de publicação nas redes sociais de relatos do desaparecimento no mar de pelo menos 300 migrantes senegaleses que deixaram Kafountine para as Ilhas Canárias.
“As verificações realizadas mostram que esta informação é completamente infundada”, afirmou o ministério em comunicado. Ele disse que 260 de seus cidadãos foram resgatados em águas territoriais marroquinas entre 28 de junho e 9 de julho.
As autoridades senegalesas e marroquinas estão garantindo que os resgatados sejam atendidos e repatriados o mais rápido possível, disse ele.
A Walking Borders em um comunicado na quarta-feira disse que os relatórios de resgate do ministério “não pertencem a nenhum dos navios que alertamos sobre o desaparecimento desde o início de julho”.
Ele disse que não iria especular sobre os motivos da declaração senegalesa.
“Desde o final de maio, numerosos navios deixaram a costa do Senegal, situação que não acontecia antes”, disse.
Ele disse que 10 navios do Senegal, cinco da Mauritânia e um da Gâmbia chegaram às Ilhas Canárias nesse período.
A rota atlântica, frequentemente usada por migrantes da África subsaariana, é uma das mais mortais do mundo. Pelo menos 559 pessoas morreram em 2022 tentando chegar às Ilhas Canárias, segundo a Organização Internacional de Migração da ONU.
Dados da Agência Europeia de Guarda Costeira e Fronteiras, Frontex, mostram que pelo menos 1.135 imigrantes do Senegal chegaram às Ilhas Canárias até agora este ano.
Reportagem de Joel Kouam; Escrito por Anait Miridzhanian; Editado por Conor Humphries
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