Tribunal do Brasil fecha pela primeira vez as portas de um jogo de futebol como punição

RIO DE JANEIRO (AP) – A principal arena esportiva do Brasil ordenou que o Corinthians fechasse as portas para os espectadores durante uma partida após gritos homofóbicos de seus torcedores.

A sanção desta quinta-feira foi a primeira aplicada contra um time de uma das principais divisões do país.

O incidente ocorreu no dia 14 de maio na Arena NeoQuímica onde o Corinthians empatou em 1 a 1 com o São Paulo pelo Campeonato Brasileiro. Milhares de torcedores locais usaram calúnias homofóbicas contra o São Paulo, mas nenhum foi identificado pelo clube. O Corinthians não pode recorrer da decisão.

“Oito dos nove membros (do tribunal) votaram pela punição histórica”, disse o tribunal esportivo em um comunicado. “É a primeira condenação desse tipo desde a entrada em vigor da nova regulamentação, que este ano trouxe punições mais severas para casos de racismo e preconceito”.

O árbitro Bruno Arleu de Araújo interrompeu a partida aos 62 minutos por causa de cânticos homofóbicos, cantados há décadas nos estádios brasileiros, e recomeçou quatro minutos depois.

O Corinthians pediu aos torcedores nos alto-falantes e telões do estádio que parassem com os gritos, mas isso não foi considerado suficiente pelo meio esportivo.

O membro do tribunal Mauricio Neves Fonseca disse que forçar o Corinthians a fechar suas portas foi uma punição melhor porque o clube paulista já havia sido multado no ano passado por um incidente semelhante.

“As provocações discriminatórias devem acabar no futebol. A sociedade mudou”, disse Fonseca. “No ano passado eles cantaram a mesma coisa. E nesse momento, o árbitro também teve que parar o jogo.

O Corinthians fechará suas portas no dia 29 de julho para um jogo do Campeonato Brasileiro contra o Vasco da Gama.

O Corinthians era o 16º colocado do Campeonato Brasileiro, próximo da zona de rebaixamento após 13 jogos.

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