Na sexta-feira, Yellen deve se encontrar com o primeiro-ministro Li Qiang no Grande Salão do Povo, falar com o ex-vice-primeiro-ministro Liu He e participar de um jantar oferecido pelo ex-presidente do banco central chinês Zhou Xiaochuan, disse um repórter a repórteres na quinta-feira. . .
Espera-se que Yellen troque pontos de vista com Liu, seu ex-homólogo, sobre o estado das economias dos dois lados, bem como as perspectivas globais, disse o funcionário, falando sob condição de anonimato.
Os analistas também estão observando uma possível reunião com o sucessor de Liu como vice-premiê, He Lifeng.
“O fato de que ele está passando quatro dias em Pequim, dadas todas as outras pressões domésticas e internacionais, ressalta a importância que ele atribui a esta visita”, disse à AFP Wendy Cutler, vice-presidente do Asia Society Policy Institute.
E embora cada lado tenha uma longa lista de queixas para apresentar ao outro com pouca flexibilidade para ajustar suas políticas, a visita pode permitir que Yellen estabeleça as bases para uma futura colaboração, acrescentou Cutler.
REENQUADRAR AS RELAÇÕES
A viagem de Yellen continua um esforço dos EUA para reformular os laços EUA-China diplomaticamente e em outras áreas, disse Lindsay Gorman, membro sênior do US German Marshall Fund.
“Trata-se de administrar o novo reino da competição estratégica”, disse ele, observando que Yellen destacou a competição apenas na medida em que envolve segurança e valores como direitos humanos.
Com os controles de exportação de tecnologia e medidas de concorrência “dominando a agenda de política econômica agora, acho que há um papel real em explicar e comunicar qual é realmente o objetivo dessas medidas”, disse ele.
Sublinhando os desafios que Yellen enfrentará, o The Wall Street Journal informou que o governo dos EUA está considerando restringir o acesso das empresas chinesas aos serviços de computação em nuvem dos EUA fornecidos por empresas como Amazon e Microsoft.
Antes da viagem, Pequim parece ter tomado ações recíprocas, como novos controles de exportação de metais-chave para a fabricação de semicondutores, mais uma evidência de que uma mudança nas relações pode levar tempo.
Mas Yellen pode estar melhor posicionada para construir pontes com a China em desafios globais compartilhados, disse Gorman.
Existem áreas, como o excesso de dívida, em que a cooperação parece mais provável.
Os Estados Unidos saudaram o progresso no caso da Zâmbia, cujos credores, incluindo a China, concordaram em reestruturar sua dívida pública, juntamente com medidas semelhantes no Sri Lanka.