Uma das jogadoras de vôlei mais conhecidas dos Jogos de Tóquio 2020, gabi Ele teve uma carreira excepcional. Da cidade natal, Belo Horizonte, à seleção brasileira, a atacante tem uma longa lista de conquistas.
O último deles aconteceu alguns dias atrás, quando ele venceu a Liga dos Campeões da Europa com o VakifBank, clube de Istambul. Ela também foi eleita a jogadora do torneio.
O VafikBank já havia conquistado a Copa da Turquia, o Campeonato Turco, a Supercopa da Turquia e o Mundial de Clubes nesta temporada, tornando-se um ano estelar para a estrela brasileira.
Este ano faltam ainda a Liga das Nações de Voleibol e o Campeonato do Mundo, os primeiros torneios de uma equipa em fase de renovação, com os olhos já postos em Paris 2024.
Olympics.com (OC): Este é o melhor momento da sua carreira? Você se sente o melhor do mundo?
Gaby: Não há dúvida de que sinto que estou no auge da minha carreira. Hoje, com 28 anos, me sinto muito mais maduro e experiente. Ainda tenho muito a aprender, mas muita gente já me perguntou se eu me sinto o melhor jogador do mundo no momento. Não me considero o melhor jogador do mundo. Acho uma loucura dizer isso porque temos grandes jogadoras como Paola Egonu e Jordan Larson. Então, para ser considerado o melhor do mundo, ele precisaria atingir um patamar ainda mais alto.
Há muito que posso melhorar. Fiz uma temporada muito boa, consegui muito depois de Tóquio… mas acho que ainda tenho que me firmar e fazer mais boas temporadas para chegar ao nível desses jogadores. Meu foco é melhorar um por cento todos os dias, então serei a melhor versão de mim mesmo todos os dias.
OC: Você ficou surpreso ao ser nomeado MVP da Liga dos Campeões, no mesmo torneio que sua futura companheira de equipe Paola Egonu?
Gaby: A verdade é que fiquei muito surpreendido, não esperava… foi muito emocionante. Era um sonho ganhar a Liga dos Campeões, não esperava, mas o meu objetivo era ganhar o jogo.
Fiquei muito surpreso por Egonu não ter vencido porque, apesar de não ter conquistado o título, ele marcou 39 pontos na final e fez um campeonato incrível. Para mim, Egonu é de longe o melhor jogador do mundo, física e mentalmente…
Ela é realmente uma jogadora única. Acho que nos próximos anos ela será a melhor jogadora do mundo. É difícil pará-la, só dá quando ela erra, tanto que ela cometeu oito erros naquele jogo e foram todos ataques. Não conseguimos bloqueá-lo… é realmente imparável.
OC: Existe algo em seu jogo que você gostaria de melhorar?
Gaby: Eu sempre digo que tenho que melhorar tudo um pouco. Nos últimos anos meu principal objetivo tem sido me consolidar um pouco mais como atacante, no ataque e ajudar mais a seleção e o meu clube.
Acho que este ano me saí melhor. Sempre tive dificuldade em bloquear porque não sou tão alto, apesar de pular muito. Tecnicamente, é isso que acho que preciso melhorar. Acho que meu saque melhorou muito, receber a bola e meu jogo de base sempre foi fácil para mim.
Sempre achei que para jogar em qualquer time do mundo é preciso estar em um nível mais alto, um ponto percentual a mais, tudo isso faz a diferença.
OC: Em Tóquio, algumas pessoas não acreditaram na seleção brasileira e ainda assim ganharam a prata. Qual era o segredo da força da equipe?
Gaby: Não há dúvida de que em Tóquio mostramos a força da equipe. As pessoas nos julgaram muito, não achavam que poderíamos chegar à final contra os Estados Unidos…
Mas sempre digo que o Brasil conquistou o ouro em Pequim e Londres para a seleção. Não temos um jogador como Egonu para a Itália ou Bošković para a Sérvia, ou indivíduos que possam levar uma equipe a uma final ou campeonato.
Então o Brasil tem algo que o torna diferente, na seleção como um todo. Estamos em um processo de renovação com novos jogadores, mas mais uma vez não acho que o Brasil ficará dependente de um jogador neste ciclo olímpico.
OC: Você se vê como um líder de equipe?
Gaby: Acho que sim, porque desde pequeno tive a oportunidade de experimentar muito com a Seleção Brasileira. No entanto, há outros como Macris e Carol que continuarão depois de Tóquio.
Mas há um processo importante que os novos integrantes terão que passar, para mostrar que a força está na equipe e não no individual… Haverá um momento de renovação e novas caras, mas com certeza chegaremos. Virei com a mesma força, dedicação e determinação.
BRA x EUA – Jogo da medalha de ouro feminino | Revivendo Londres 2012
OC: Quais países você vê como favoritos para a Liga das Nações de Voleibol (VNL) este ano?
Gaby: Os melhores cães são sempre os Estados Unidos. Eles têm 14 bons jogadores, então se um não joga bem o outro entra e tem a mesma qualidade. Também incluiria Itália, Sérvia e China. Depois tem a Polónia que tem o Wolosz a regressar, o que faz uma grande diferença para a sua equipa… A Holanda também tem mostrado que tem muita qualidade e posso ver a evolução dos jogadores turcos, principalmente com o seu treinador Guidetti que, na minha opinião, , é um dos melhores do mundo.
Portanto, não diria que há apenas um favorito, acho que haverá muitas surpresas e não consigo adivinhar quem serão os finalistas. Acho que teremos uma surpresa muito agradável.
OC: O que os Jogos Olímpicos significam para você?
Gaby: É um sonho tornado realidade. Sempre sonhei em jogar nos Jogos. Já competi em duas edições e é um momento mágico… Tive a oportunidade de realizar meu sonho e ganhar a medalha de prata.
Agora meu sonho é ser campeão olímpico e espero alcançá-lo também.