Suspiro de alívio quando o Brasil deixa a taxa bancária inalterada em 13,75%
O Banco Central do Brasil manteve sua taxa básica de juros inalterada, mas suavizou seu tom em novos esforços para conter a inflação. O Comitê de Política Monetária do banco, o Copom, manteve a taxa básica de juros Selic em 13,75%, onde permanece desde agosto, após uma série de altas constantes com o objetivo de conter a inflação.
O banco disse que espera que a economia desacelere pelo resto deste ano e removeu a linguagem usada em declarações recentes dizendo que não hesitará em aumentar as taxas novamente se necessário, acrescentando que espera que a taxa de inflação de 12 meses para o país aumente em segundo semestre deste ano.
“O conjunto recente de indicadores de atividade segue consistente com o cenário de desaceleração econômica para os próximos trimestres”, afirmou o Copom em seu comunicado. “Apesar da recente redução na inflação ao consumidor, o comitê prevê um aumento na inflação acumulada em 12 meses durante a segunda metade do ano.”
Os preços ao consumidor no Brasil começaram a subir no final de 2020 e depois aumentaram mais rapidamente à medida que a economia se recuperava do fim das medidas de distanciamento social devido ao Covid-19. A invasão russa da Ucrânia aumentou ainda mais a inflação, pois os preços da energia e dos alimentos subiram em meio a interrupções no fornecimento.
A taxa de inflação de 12 meses do Brasil desacelerou de uma alta de quase 19 anos de 12,13% em abril de 2022 para uma baixa de 31 meses de 3,94% em maio. As expectativas de inflação também diminuíram e, com a expectativa de enfraquecimento da economia brasileira durante grande parte do ano, a pressão sobre os preços pode diminuir ainda mais, disse Nicolas Borsoi, economista-chefe da corretora Nova.Future Investments.
“A inflação caiu muito, e analisando o cenário de risco inflacionário considerado pelo banco central, as perspectivas melhoraram significativamente”, afirmou. “Também vimos um processo econômico positivo para a desaceleração da inflação.”
A política de altas taxas de juros implementada por um banco central independente tem sido duramente criticada pelo presidente Lula da Silva e sua equipe econômica, que defendem uma taxa mais baixa para promover o desenvolvimento econômico e o consumo para impulsionar a demanda doméstica.